Aliança entre Guardiões do Estado e o TCP provocou chacina no Ceará. Escondidos no Rio, bandidos do CV também determinaram assassinatos por lá

Segundo reportagem do jornal O Povo do Ceará, três lideranças da facção Guardiões do Estado (GDE) vieram até o Rio de Janeiro efetivar uma aliança com a facção Terceiro Comando Puro (TCP).
A tentativa de aliança gerou um racha na GDE, que levou a vários homicídios, incluindo a chacina que deixou quatro mortos na comunidade do Lagamar em 18 de fevereiro último.
Conforme o relatório técnico nº 21/2022 do Núcleo de Inteligência Policial (NUIP), do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), uma das vítimas da chacina, Yuri da Silva Souza, o “Testa”, de 21 anos, havia voltado recentemente do Rio de Janeiro. Lá, ele teria se encontrado com Felipe Bruno Nunes Pereira, o “Boladão”, um dos arquitetos do racha na GDE, ao lado de Ismário Wanderson Fernandes da Silva, o “Bacurau” ou “Argentino”; e Aílton Maciel Lima, o “Véi”
Do Rio, o trio teria ordenado o assassinato de Josenildo Marques Palhano, o “Sal”, apontado pelo DHPP como chefe do tráfico de drogas no Conjunto Habitacional Maria Tomásia, no bairro Jangurussu. “Foram usadas 4 (quatro) pistolas novas, na caixa, vindas do Rio de Janeiro, para a morte de SAL”, afirmou uma testemunha no inquérito que investiga a morte de Josenildo. Conforme uma denúncia anônima que consta no relatório técnico nº 21/2022, Boladão se refugia no Complexo da Maré.
Os rivais vinculados ao Comando Vermelho (CV) também estariam se utilizando da estratégia. São os casos, por exemplo, de Carlos Mateus da Silva Alencar, conhecido como “Skidum” ou “Fiel”; e Fábio Almeida Maia, o “Biú”, apontados como chefes do CV no bairro Pirambu. Dentre os crimes pelos quais foram acusados, estão o assassinato do comunicador Givanildo Oliveira da Silva, do portal Pirambu News. Eles também são acusados por dois duplos homicídios ocorridos neste ano: um em 6 de fevereiro e outro em 4 de março.
Conforme investigações da Polícia Civil, os crimes foram ordenados do Rio de Janeiro pela dupla. No inquérito que investiga a morte de Givanildo, uma testemunha afirmou que Carlos Mateus e Fábio se escondem no Morro do Salgueiro. Skidum, inclusive, chegou a gravar lives do Rio de Janeiro ostentando fuzis através de uma conta no Instagram. Por informações que levem a Carlos Mateus, a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) paga R$ 7 mil.