Atentado de PMs contra policial civil: confira a dinâmica do fato

Os autos do processo que tramita contra os cinco policiais militares presos hoje acusados de tentar matar um policial civil descrevem passo a passo como tudo aconteceu.
No dia 14/04/2020, o policial civil Bruno Rodrigo da Silva Rodrigues saiu da 39ª DP, por volta das 16h10, e seguiu para sua residência, no bairro de Vila Valqueire.
Quando já estava se aproximando de sua residência, Bruno notou a aproximação de um veículo Nissan Versa, branco, com os vidros bastante es-curos, vindo no sentido contrário da via (Intendente Magalhães – Cairuçu).
No momento em que o portão de sua garagem se abriu, o veículo Nissan Versa parou e o homem que estava na janela atrás do motorista colocou seu corpo para fora do veículo, empunhando o que parecia ser uma submetralhadora e começou a realizar diversos disparos, ininterruptamente, sem dizer qualquer palavra.
O policial Bruno conseguiu sair do veículo pela porta do carona e, neste momento, ele percebeu que outro homem tinha descido do Nissan Veresa, do lado do carona e também estava com o que parecia ser uma submetralhadora, realizando disparos contra a sua pessoa.
Bruno foi atingido por um projétil em sua perna esquerda, mas ainda conseguiu realizar dois disparos em direção aos criminosos, razão pela qual eles fugiram do local e o policial civil conseguiu pedir socorro.´
Os encarregados de investigar o caso recolheram imagens captadas por câmeas de segurança instaladas pela vizinhança.
As imagens retrataram que os algozes foram ao local em um veículo Nissan Versa, placa QOR-8715; veículo este encontrado e apreendido cerca de 24 horas após o evento.
O carro foi submetido a perícia e nele foram encontradas diversas digitais de Joamilton Tomaz Ribeiro, policial militar do 7º BPM, apurando-se, ainda, que seu proprietário, Fagner Alves da Silva, comunicou a subtração do veículo na área da 71ª DP, apontando como testemunha um outro policial militar, todos do 7º BPM, tal qual Joamilton.
Surgiu dentre os atos apuratórios o nome de mais um PM que serviu na mesma OPM e ligado a Joamilton da época do 15º BPM, no município de Duque de Caxias;
Esse policial, que mantemos o nome em segredo, ganhou relevo na investigação em razão de ter sido militar da Aeronáutca de longa data, o que lhe torna profundo conhecedor da ´(…) Rua José Sardinha, que é uma via com pouco movimento, em frente a um condomínio da Aeronáutica, onde somente há fluxo de pessoas a pé oriundas de quartéis da Força Aérea justamente o local de espera e posteriormente como o local onde o veículo foi deixado (…)´.
Esse policial acabou afastado, por ora, da investigação pelo GAECO dada a ausência de indícios mínimos de (sua) participação´ nos fatos.