Casos de PolíciaGuerra entre facções

Bala na Cara x Anti-Bala, a guerra no Rio Grande do Sul

No Rio Grande do Sul, há uma disputa sangrenta entre duas facções criminosas: Anti-Bala e Bala na Cara.


O Bala na Cara tem como aliados o Comando Vermelho (CV) e o Primeiro Grupo Catarinense (PGC). Já o Anti-Bala é próximo do Primeiro Comando da Capital (PCC).

O Bala na Cara surgiu no bairro Bom Jesus, em Porto Alegre, QG da facção e atua também nas localidades de Mario Quintana; Morro Santana; Lomba do Pinheiro, Sarandi, Sao Geraldo, Santa Tereza,  Vila Nova, Restinga; Partenon e cidades como Alvorada; Cachoeirinha; Canoas, Eldorado do Sul; Esteio;, Gravataí e Viamão. 

José Dalvani Nunes Rodrigues, o Minhoca é apontado como um dos principais líderes do grupo juntamente com Luis Fernando da Silva Soares Júnior, o Júnior Perneta, Marcio Oliveira Shultz, o Alemão Schultz, e Fabio Fogassa, o Alemão Lico, sendo esse último apontado como o integrante  mais violento do bando, responde por pelo menos quatro homicídios.


A facção entrou em declínio depois da delação de um ex-integrante que revelou detalhes sobre como era a hierarquia dos Bala, a estrutura, os crimes cometidos pela organização, entre eles, assassinatos, muitos deles com esquartejamento, sequestros, e os mais diversos procedimentos ilegais. Em dois anos, o grupo fo responsável por 60 homicídios.  


Investigações revelaram que, por mês, o bando arrecadava cerca de R$ 10.000.000,00 a R$15.000.000,00 em todo o Estado.


O Anti-Bala nasceu nasceu na Vila Cruzeiro entre os anos de 2012 e 2013 mas se fortaleceu em 2016 em reação à expansão muito violenta que os Bala na Cara vinham fazendo.


Na época, o Bala na Cara era  mais conhecida como os “toma boca”, pelo fato de que seus integrantes, a mando de seus chefes, invadiam bocas, eliminando ou ordenando que pequenos traficantes trabalhassem para a organização. 
Já era desejo antigo de quadrilhas em quase todas as regiões de Porto Alegre derrubar os “toma bocas”. Os Anti-Bala serviram como uma luva. 


 Com o passar do tempo, os Anti-Bala se consolidaram e passaram a usar o mesmo expediente dos rivais: a extrema violência.

No seu início, em 2016, o Anti-Bala possuía um exército  de 70 pessoas, na maioria jovens destemidos e muito bem armados, respondendo ao mesmo comando, de seu líder, conhecido como Nego André, preso há mais de 10 anos, comanda com mão de ferro a facção, a maioria nem o conhecem, mas muitos afirmam que matam e morrem por ele.
Nesta quarta-feira, foi preso no Mato Grosso do Sul um novo líder da Anti-Bala, Leonardo Silva dos Santos, que estava morando em Pedro Juan Caballero, cidade paraguaia da fronteira. 


Os Anti-Bala dominam os bairros de Ponta Grossa, Belem Novo, Humaita, Anchieta, Farrapos, Navegantes, Centro, Belem Velho, Passo das Pedras, Lami, Santa Tereza, Jardim Itu 52 Sabará, Cavalhada, Chapéu do Sol e Aberta dos Morros.


O auge dos conflitos entre os dois grupos foi entre os anos de 2016 e 2017, tendo consequências grandes no número de homicídios.

Com a ascensão do Anti-Bala, as disputas passaram a ocorrer não mais como uma forma de tomar território e sim o que eles chamavam de atentado, que era uma tática que não é pra tomar a boca, é uma tática pra tocar o terror, é uma tática de poder para desqualificar a moral do outro grupo ao mostrar que pode chegar no outro território e atirar. 


Os grupos saiam de carro e iam até a boca rival e atiravam à revelia em qualquer pessoa, não existiam necessariamente vítimas específicas, eram vítimas genéricas. E essas pessoas tinham família, amigos, tinha uma facção por trás, e isso gerava vingança.

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