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CABO FRIO: Em interrogatório no ‘Tribunal do Tráfico’, bandido dedurou comparsa como sendo X-9. O ‘acusado’ acabou sendo morto e esquartejado. Relatório dá detalhes como foi execução e vídeo mostrou cabeça sendo chutada

Um relatório da Justiça revela como foi um interrogatório do chamado ‘Tribunal do Tráfico’ em Cabo Frio, na Região dos Lagos. Após ser ‘dedurado’, um integrante da quadrilha acabou sendo morto, esquartejado e a cena foi filmada. O documento traz relatos de como foi a execução. 


Na ocasião, os bandidos fizeram uma série de perguntas a um traficante sobre o comportamento de um integrante da quadrilha, de vulgo Da Cachorra pois havia desconfiança de que ele estaria passando informações para policiais militares.

Ao ser interrogado, o traficante disse que foi abordado certa vez pelos PMs que disseram a ele que não era para se preocupar com Da Cachorra porque este não levava problemas para a PM, que era tranquilo.


Após a revelação, os criminosos da favela falaram que Da Cachorra era um sujeito estranho e diante da narrativa encontraram as provas que procuravam, ou seja, tiveram a certeza de que ele seria um X-9 sob alegação de que não teria o porquê dos policiais o aliviarem.


Os bandidos ainda fizeram outras perguntas ao traficante sobre o que ele teria dito a mais aos PMs mas depois se convenceram que o declarante estava falando a verdade e resolveram liberá-lo. 

Na saída, houve um confronto com os policiais e um dos ‘entrevistadores’ acabou morto e o declarante baleado na perna. 


Dias depois, Da Cachorra seria morto. Um bandido deu o primeiro tiro e o outro complementou com mais disparos. 
Ambos gritaram chamando a atenção dos demais traficantes da comunidade, “matamos o X-9”, havendo muita comemoração em redor do corpo, nisto, outros se aproximaram e “bagunçaram” o corpo.

Um bandido confessou ter dados golpes de enxada nas penas do Da Cachorra, arrancando-as. Falou que depois de cortar em pedaços o corpo, juntaram tudo (cabeça, pernas e tronco) e puseram-no em um galão e abandonaram próximo ao aeroporto  


Circularam vídeos e imagens em diversos grupos do WhatsApp, onde era possível observar alguns indivíduos chutando a cabeça de um cadáver e comemorando a empreitada, assim como publicações, fotografias e textos acerca de ser o traficante Bigode”, figura apontada como líder da Favela do Lixo, a pessoa presente na videochamada e, embora no vídeo não fosse possível identificar quem segurava o smartphone, era perceptível que a pessoa estava em uma videochamada dando satisfações sobre toda a situação.

A família de Da Cachorra foi até a Delegacia a procura do cadáver e foi a partir daí que iniciaram as investigações, notadamente porque um dos parentes, uma mulher, após tomar conhecimento a respeito da execução, teria ido à comunidade, crendo se tratar de um homicídio em confronto com policiais, entretanto, ao saber sobre a execução orquestrada por parte dos próprios “amigos” do tráfico, retornou e, por medo, procurou não tecer mais comentários sobre o assunto, se restringindo a narrar o básico, isto é, sobre a vida criminosa de Da Cachorra e sua articulação.

Dias após o interrogatório no ‘Tribunal do Tráfico’, a testemunha foi novamente convocada desta vez para apontar o local onde o traficante Vela teria enterrado drogas. Nesta oportunidade, os bandidos lhe disseram como foi a execução de Da Cachorra e que o delito foi motivado por acharem que ele era X9. Na ocasião também o interrogado acabou preso e a partir daí, contou tudo para a polícia do que sabia.

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