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CAMPOS (RJ): Armeiro ofereceu curso de tiro a chefão do tráfico preso para deixar soldados ‘afiadinhos’ para guerra. Prometeu conseguir 4.000 munições para o bando por ano

Uma investigação sobre o tráfico em Campos dos Goytacazes, no Norte Fluminense, que começou em 2018 e terminou com condenações ano passado, contou com escutas telefônicas que mostraram um armeiro conversando com o chefe da quadrilha, de vulgo Cotó,  preso dizendo que iria marcar um curso de tiro para treinar os traficantes da área para que eles chegassem ´afiadinhos´ para uma guerra, para não perder tanto tiro. ‘seria bom pegar de dois a dois ou de três a três, levava para o clube de tiro e treinava’, disse o armeiro. 

O curso só não foi realizado porque vários soldados de Cotó foram presos antes, o próprio armeiro também.

Esse armeiro foi flagrado em escuta falando que era atirador profissional, fazia carregador alongado, oferecia arma, que ele já estava com documentação pronta para tirar registro de arma, que ele conseguia comprar 4.000 munições a preço de custo por ano.

Disse ter recebido uma proposta de R$ 5.000 mensais para Patrick  para cuidar das armas da facção criminosa Terceiro Comando Puro (TCP) na cidade.

Os carregadores alongados pelo armeiro ao invés de caberem 15 munições, comportariam 30.


Foram apreendidos vários carregadores alongados e produtos  para oxidação de arma de fogo com esse armeiro. Ele pegava e limpava o material bélico.  Se a arma estava meio enferrujada, ele oxidava novamente. 

Em uma interceptação, Cotó perguntou ao armeiro Cassiano se este tinha conseguido munições, respondendo ele que conseguiu cinquenta de .38 e mais cinquenta de .380, informando ainda que vai ver se compra mais 150 da mesma que comprou da outra vez.

Cotó passava que tinha uma arma precisando de conserto, alguém levava para o armeiro, ele consertava e devolvia.

Muitas vezes, esse armeiro pedia munição para testar a arma. Solicitava 30 ou 40 munições para testar e a arma ir em pleno funcionamento.

O armeiro só falava ao telefone com Cotó por questões de segurança.

O armeiro foi condenado a sete anos e seis meses de reclusão, em regime fechado.

A quadrilha tinha uma outra particularidade. Em troca das localidades serem exclusivas para campanhas políticas de seus candidatos, um membro oferecia assistência jurídica, funeral e de transporte para os integrantes do tráfico.

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