Chefão do TCP em Campos acusado da morte de militar mandou subordinados mentirem sobre o crime
Cassiano Soares da Silva Vicente, o Cotó, é um dos líderes do Terceiro Comando Puro (TCP) na cidade de Campos dos Goytacazes, no Norte Fluminense. Mesmo preso, controla o tráfico nas localidades de Eldorado e Sapo II.
Ele está respondendo a um crime que teve grande repercussão: o assassinato do militar do Exército Hugo Soares de Alvarenga, de apenas 20 anos, ocorrido em 2018. Vai a Júri Popular. A arma usada no fato era dele.
Hugo foi morto porque foi confundido com um integrante da facção Amigos dos Amigos (ADA). Cotó não deu ordem direta para o crime, entretanto, deu carta branca para que seus subordinados atirassem toda vez que percebessem movimentação estranha nos arredores de seus redutos e o militar passou de moto em um desses locais quando foi assassinado.
Cassiano além de deter o total domínio sobre a região em que exercia o tráfico de drogas, também exercia pleno domínio sobre o comportamento das pessoas, sobre o que os seus subordinados faziam ou deixavam de fazer, etc.
Quando soube que a vítima era do Exército, Cotó determinou que dois comparsas envolvidos diretamente no crime inventassem uma história de que a morte teria ocorrido devido a uma troca de tiros com pessoas de outra facção do tráfico e acabaram acertando a vítima Hugo, de forma a não dar problemas para o tráfico de drogas.
Caso sua ordem dada por Cassiano não fosse acatada por alguém na localidade por ele comandada, determinava que o ´infrator´ fosse punido com surras, agressões e até mesmo com a morte.
Cotó deixou claro, no entanto, que os subordinados não estavam autorizados a atirar na Rua Murilo Peixoto, que foi onde ocorreu o crime, já que se trata de uma via principal, mas que dali para frente, eles estavam autorizados a atirar.
O traficante responde a outros homicídios. Entre eles o de Max Douglas Silva Marins, morto em 16/12/2019. O crime ocorreu em razão de uma rixa entre facções pelo fato de o rapaz morar em área dominada pela ADA,
