Lavagem de dinheiro milionária e aval para guerra na Praça Seca. Saiba mais sobre as razões que levaram a polícia a pedir ao STJ que Marcinho VP (CV) fique longe do RJ

A Polícia Civil do Rio de Janeiro enviou recentemente ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) relatório em que apresenta razões para manter longe do Estado o traficante Márcio dos Santos Nepomuceno, o Marcinho VP, chefão do Comando Vermelho (CV).
Uma delas, a polícia cita uma operação deflagrada em dezembro do ano passado que visava desarticular um esquema de lavagem de dinheiro da facção criminosa. Foi descoberto na época que em pouco mais de um ano, a organização movimentou R$ 200 milhões sendo que as investigações apontaram que os negócios ilícitos estavam sendo comandados por Marcinho e também por Elias Pereira da Silva, o Elias Maluco, já morto. O esquema envolvia pelo menos 35 empresas em cinco Estados.
A outra foi a guerra pelo controle de comunidades da Praça Seca, na Zona Oeste da capital fluminense. Segundo relatos, bandidos dos complexos do Alemão e da Penha, redutos de Marcinho, somaram esforços com criminosos da Rocinha, Lins e Cidade de Deus e tudo isso só foi feito com aval de VP.
A polícia argumentou também a facilidade de comunicação que o bandido teria com sua organização caso estivesse no RJ
‘O apenado apresenta um perfil extremamente perigoso e ousado, com grande influência no seio de sua organização ainda que recluso, sendo esta, inclusive, uma das razões que ensejaram sua transferência para uma unidade prisional federal. Não há dúvidas de que Márcio dos Santos Nepomuceno é o chefe da facção criminosa Comando Vermelho. Neste momento, não vejo a segurança necessária ao retorno do apenado’, diz o STJ.
Em decisão do último dia 22, o STJ decidiu prorrogar por 360 dias a permanência de Marcinho em unidade federal. Atualmente ele está em Catanduvas (PR).