Como funcionava o grupo de extermínio do Faraó dos Bitcoins para eliminar concorrentes e críticos do seu esquema. Bando contava com pistoleiro que foi da quadrilha de Pablo Escobar. Chefão falou em matar jornalista e determinou que fosse feito ‘cerol’ em concorrente. Vítimas eram monitoradas por drones

O Faraó dos Bitcoins operava captação para suposta alavancagem em criptomoedas na Região dos Lagos. No entanto, outras empresas surgiram na região, com promessas de retorno financeiro de 15 a 30% ao mês, patamares superiores a de sua firma.
Com receio de perder investidores, o acusado criou um grupo de extermínio, extorsões e ameaças contra concorrentes, jornalistas e influenciadores digitais que criticassem a empresa.
Criou o que chamou de setor de “Inteligência”, por onde emitia a seus subordinados ordens diretas sobre quais concorrentes deveriam ser “zerados/eliminados”. Seria do próprio Glaidson escolhas das vítimas dos crimes de homicídio, extorsão e ameça, para execução pelos demais
Chama atenção a mensagem do acusado que indicava que “quer a cabeça” de uma jornalista responsável por uma reportagem a respeito de esquemas de pirâmides em Cabo Frio e de investigações sobre o homicídio de Wesley Pessanho.
Foram flagradas mensagens de monitoramento e planejamento para a execução de W.C, representante legal de empresa concorrente a do Faraó onde Glaidson informou possível local onde o alvo estaria e pede que Piloto “passe” logo ele, determinando que seja feito “cerol”, que “se eles (pistoleiros de Piloto) não podem ou tem medo”, vai buscar outros e que “quer comprar 2 fuzis”, mas está sentindo eles fracos: Curioso que esse Piloto já foi condenado por tráfico internacional de drogas e já trabalhou para a organização criminosa do narcotraficante Pablo Escobar, que foi líder do Cartel de Medellín, na Colômbia.
No atentado contra o investidor Nilsinho, Glaidson reclamou que um subordinado “esqueceu da missão”, e este informa que o “plano está em execução”, com “tudo no esquema” e “com a cabeça no lugar”, “sem dar merda” e que eles são “frios e calculistas”:
Para estruturar os pagamentos pelos serviços violentos contratados criou uma sociedade laranja em sociedade com com os irmãos Aleixo.
Os membros da quadrilha realizavam a contratação de matadores e detetives, os quais monitoravam as rotinas das vítimas, realizando filmagens e fotografias dos alvos, além de elaborar relatórios de monitoramentos que eram encaminhados aos ora denunciados que, em seguida, os repassavam a Glaidson. Para facilitar o monitoramento dos alvos os denunciados contavam, ainda, com a utilização de drones.
Chegam ao escárnio de acessar a rede Infoseg para levantar alvos das ordens do líder. Se responsabilizavam por adquirir armas de fogo, pelo aluguel e compra de carros utilizados nos delitos, além de arcar com os gastos de hospedagem e alimentação dos executores.
Outro fato que chama a atenção é o envolvimento de integrante da máfia dos jogos de azar recentemente alvo de operação do MPRJ com a quadrilha de Glaidson.
O suspeito seria um dos responsáveis por bingos em Cascadura, Copacabana e Botafogo. Em áudios e imagens há provas que ele foi responsável por contratar pistoleiros para Glaidson, adiantando o pagamento dos capangas um dia antes da prisão do líder.
Glaidson lhe pediu para “separar uns homens” e ele, então, “separou, organizou tudo e pagou os caras”, mas, no dia seguinte, o Faraó foi preso e pediu pra devolver o dinheiro.
No mesmo áudio, o contraventor disse que “os caras não iam vomitar” e que, por isso, ele teve que “botar do dele pra resolver a situação pro Glaidson depois devolver”. Que o mesmo teria pago R$450,000,00 para o pagamento de pistoleiros,
Teria se valido de contas-correntes abertas em nome de empresas de fachada para realizar transferências de valores substanciais para outras empresas utilizadas pela cáfila, que efetuavam as liquidações das dívidas espúrias da organização criminosa referentes aos custos dos crimes e aparelhamento com armamento. Chama atenção que, no dia seguinte ao homicídio de Wesley Pessanho, houve transferência no valor de R$ de R$ 1.080.000,00 entre as empresas do grupo do Faraó dos Bitcons.
Houve transferência de R$ 450 mil para a empresa de um ex-PM tido como segurança do bicheiro Bernardo Bello.