Confira detalhes da investigação que descobriu o envolvimento de PMs do Rio com o tráfico internacional de armas e munições. Miliciano preso este ano fazia parte do bando

Na apreensão de 19 mil munições para pistola em maio de 2017 na Rodovia Presidente Dutra, o preso na ocasião prestou informações que levou a polícia a descobrir uma organização criminosa, que conta com a participação de policiais e ex-policiais, encarregada de trazer armas e drogas de estados que fazem fronteira com o Paraguai e Argentina, mais especificamente das cidades de Foz do Iguaçu/PR e Mundo NovoMS. para abastecer comunidades do Estado. O telefone celular apreendido com o preso também trouxe várias informações.
Conforme foi apurado, a base operacional da organização criminosa, situava-se nos bairros de Realengo, Padre Miguel e Bangu, nesta Comarca, de onde eram originários também os principais membros da organização,
Uma das peças chaves da investigação era um homem de vulgo André Boto, que tinha a função de viajar até Foz do Iguaçu e Mundo Novo, onde entrava em contato com fornecedores locais para trazer drogas e armas para o RJ. Boto é irmão de um PM, que participava do esquema.
Boto foi preso este ano acusado de fazer parte de uma milícia que atuava na região de Curicica, em Jacarepaguá, na Zona Oeste do Rio.
Novas apreensões foram feitas. Em agosto de 2017, foram recolhidas 3.450 munições 9mm com um outro policial militar. André Boto foi preso neste mesmo procedimento.
Com esse PM, foi apreendido um telefone celular em que foram flagradas várias conversas dele com fornecedores de armas e drogas e com integrantes da organização criminosa.
Vários dos encontros eram tratados valores, quantidade e qualidade das mercadorias, além de falarem sobre lojas e locais onde seriam adquiridas as armas e munições.
Uma terceira apreensão foi feita em abril de 2018 quando duas mil munições para fuzil calibre 5.56 foram recolhidas. Entre os presos estava mais um PM.
Muitas das negociações para a aquisição dos produtos ilegais eram feitas em Salto de Guaíra, no Paraguai.
Ao todo, 18 pessoas estão entre os denunciados. O processo ainda tramita na 1ª Vara Criminal da Justiça Federal