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Confira todos os detalhes do sequestro do juiz americano em que chefão da milícia se envolveu. Criminoso estava em liberdade condicional desde fevereiro e ainda com pena a cumprir

A Justiça divulgou em seu site todos os detalhes da tentativa de sequestro do juiz norte americano aposentado do qual o chefe da milícia da Taquara Erivaldo Juvino da Silva, o Nem da Malvina, estava envolvido.

 Consta do auto de prisão em flagrante que a vítima costuma visitar o Brasil há cerca de 20 anos e sempre se hospeda em flats. Narrou que conheceu uma mulher por meio de amigos brasileiros e tiveram um rápido relacionamento e posteriormente mantiveram uma amizade e que todas as vezes que visita o Brasil faz contato com ela. 

A vítima também conheceu outras duas mulheres de nome Beatriz e Shayana em visitas anteriores. No dia 03/07/2022 a vítima chegou ao Brasil e no dia 10/07/2022 fez contato com Shayana por meio de Whatsapp marcando um encontro com ela e com Beatriz para o dia seguinte às 10:30h. 

No dia 11/07/2022, Beatriz e Shayana estiveram no flat onde o juiz aposentado estava hospedado. Por volta de 11:30h as mulheres informaram que iriam embora, tendo ele solicitado um uber para a residência de Shayana, em Duque de Caxias. 

Por volta de 12:30h as mulheres retornaram ao flat da vítima e tocaram a campainha. A vítima visualizou Beatriz e Shayana pelo olho mágico, aparentemente sozinhas. 

O americano abriu a porta, ocasião em que outros dois indivíduos surgiram. Junto com as duas mulheres os dois criminosos entraram no apartamento e disseram ser policiais. 

Um dos suspeitos, ainda não identificado, levantou parte da camisa e exibiu uma arma de fogo. Disseram à vítima que ela estava sendo presa, exibindo distintivos. Este indivíduo também disse que as mulheres também estavam sendo presas e que as levaria para o térreo. 

A vítima permaneceu no corredor do andar com Nem da Malvina. Logo em seguida, ele o desceu com a vítima. Os roubares subtraíram a quantia de R$8.000,00 e US$100 do americano. 


A vítima foi conduzida para dentro de um veículo que já aguardava no local. Dentro do carro havia um terceiro indivíduo, na condição de motorista, bem como outro homem que havia descido com as mulheres. 

A vítima foi conduzida até o bairro do Recreio dos Bandeirantes. No local, os indivíduos exigiram a quantia de R$200.000,00 como condição para sua libertação. 

O turista disse que não possuía tal quantia e pediu para ligar para sua amiga brasileira, que disse também não ter a quantia, mas se comprometeu a ajudar. 

Ao desligar o telefone, a amiga entrou em contato com a polícia para informar o ocorrido. Nesse momento, um dos indivíduos perguntou se a vítima poderia pagar parte do resgate via PIX, tendo o americano realizado a transferência do valor de US$3.000,00 para o CPF informado. 

Os indivíduos disseram que liberariam a vítima mediante pagamento parcelado de R$75.000,00 e que as transferências deveriam ser diárias até completar a quantia. 

O juiz aposentado foi conduzido até uma agência do Banco Bradesco, nas proximidades do seu flat, para que sacasse dinheiro e pagasse parte do resgate. 

Ao chegar no banco, a vítima disse que precisaria retornar ao flat para pegar o cartão, sendo acompanhada por Erivaldo, que permaneceu do lado de fora do prédio. 

Ao chegar na portaria, a vítima encontrou policiais civis e narrou que os indivíduos estariam dentro de um veículo nos arredores do prédio e que os seus telefones celulares haviam sido subtraídos pelos indivíduos. 

Os policiais civis narraram que receberam informações do setor de inteligência e foram até o endereço informado a fim de realizar monitoramento e campana para identificar indivíduos que estariam realizando crime de extorsão mediante sequestro. 

Ao chegarem, o porteiro franqueou o acesso às imagens das câmeras a fim de verificar se alguns dos indivíduos estaria nos arredores. Logo em seguida, os policiais viram um homem com as mesmas características de um que aparecia nas filmagens ao lado da vítima.

Este indivíduo era Nem que falava o tempo todo ao telefone, e assim que os policiais se aproximaram ele jogou o telefone no chão. Os agentes da lei deram voz de prisão ao miliciano, que inicialmente resistiu, sendo necessária a sua imobilização. 

Com ele foram encontrados 4 aparelhos celulares, sendo 3 de propriedade da vítima. O americano aguardou dentro do apartamento na companhia de outro policial. 

Posteriormente, a vítima reconheceu Erivaldo em sede policial. 

Segundo os autos, Nem da Malvina ostenta ao menos quatro condenações anteriores com trânsito em julgado pela prática de crimes, três delas por associação criminosa e uma por porte ilegal de arma de fogo, com pena total de 15 anos de reclusão.

 De acordo com o relatório de sua situação processual executória, o o miliciano está em livramento condicional desde fevereiro de 2022, com 24% de sua pena relativa às condenações anteriores ainda não cumpridas. 

“Seu histórico criminal evidencia o risco concreto de reiteração delitiva e reforça a insuficiência de medidas cautelares diversas da prisão e a necessidade da prisão cautelar como garantia da ordem pública”, disse o juiz que decretou sua prisão preventiva.

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