Conheça toda a estrutura do tráfico no Complexo da Reta (CV), em Itaboraí

Processo que tramita desde o ano passado revela toda a estrutura do tráfico do Complexo da Reta, em Itaboraí, controlada pelo Comando Vermelho (CV). São 30 os denunciados, que tiveram a prisão preventiva decretada.
A liderança da quadrilha permanece com Lindomar de Oliveira Brandt, o Dodô, que está preso há vários anos.
Em seguida, aparecem os traficantes Branquinho ou Paizão e BB ou 2B, foragidos. Branquinho comanda a Reta Velha e BB, a Reta Nova.
Depois, aparece Peixe, que é o responsável por gerenciar locais e pela logística dos pontos de venda de entorpecentes, controlando os processos de ´endolação e distribuição e venda das drogas, e garantindo todo suprimento necessário para garantir a operação, desde o funcionamento de rádios comunicadores e a entrega de alimentação nos plantões, até a distribuição de armas.
Corre, Vitinho, Paraíba e Binho são seguranças pessoais de BB. Tatão faz escolta pessoal de Peixe e também auxiliava na ´endolação´, transporte, guarda e ocultação de materiais entorpecentes.
Hudinho, Cabelinho, HG e Drone são seguranças pessoais de Branquinho.
Do Pulo é o responsável pela´endolação´ de entorpecentes do movimento do tráfico da Reta Velha assim como o traficante Babilla.
Dino é encarregado da guarda, ocultação e ´endolação dos entorpecentes´.
Brene, Roberta, Elaine, Negão, Parazão, Júnior Queixada, e Do Bala foram identificados como responsáveis pela função de gerência-local de ´bocas de fumo´.
Cabeludo, Celso e JP são os ´vapores´ do tráfico, tendo como principal função a venda de entorpecentes a usuários.
Douglas e Da Vasco exercem a função chamada ´atividade´ do tráfico, postando-se em locais estratégicos da comunidade e de posse de meios de comunicação como rádios comunicadores e telefones celulares, com a incumbência de avisar, àqueles que estavam nos pontos de venda de entorpecentes, sobre eventual aproximação policial.
Weslen foi identificado como entregador de drogas da Comunidade da Reta Velha, exercendo a função vulgarmente apelidada de Moto Tráfico.
Bandidos do Norte
Reportagem divulgada pelo Portal de Notícias Enfoco na última sexta-feira (19) revelou que bandidos de outras regiões do país estariam fazendo parte do tráfico na Reta. Pelo menos 30 bandidos do Pará estariam escondidos no local.
Ainda de acordo com investigação da Delegacia de Itaboraí (71ªDP), o tráfico da Reta Velha, assim como em outras comunidades do município, estaria agindo como milícia cobrando taxas ilegais por serviços como internet, TV a cabo e telefonia.
Além disso, estariam assassinando e escondendo corpos de vítimas ligadas a antigos grupos paramilitares que atuavam na região, como o bairro Visconde.
Um desses casos aconteceu com uma comerciante, em agosto. Ela foi executada por traficantes sob a justificativa que seria ligada a antigos milicianos no bairro Porto das Caixas, ligados ao tráfico da Reta Velha.
Pelo menos 40 fuzis espalhados pela comunidade, já foram identificados pela polícia. Uma clara demonstração de força e poder bélico. Segundo a 71ªDP, traficantes estariam financiando uma espécie de ‘consórcio’ entre três comunidades para formar um cinturão de traficantes em Itaboraí. Tratam-se das localidades conhecidas como Visconde, Reta Velha e Itambi.