Ex-secretário prisional do RJ disse a Cadu Playboy que, se o trouxesse de volta, não estava preocupado com seus negócios fora da cadeia

A conversa de Raphael Montenegro com o também preso considerado de alta periculosidade, Carlos Eduardo Rocha Freire, o “Cadu Playboy”, foi no sentido de que para ele, agente estatal, pouco importava se o traficante iria continuar com suas atividades. ilícitas depois de ser transferido para o Rio de Janeiro, o primordial era garantir que o tráfico liderado por “Cadu Playboy” na Região dos Lagos não iria interferir no trabalho realizado dentro dos estabelecimentos prisionais junto às comissões e não iria chamar atenção das autoridades:  

  (…) CARLOS EDUARDO – (…) O senhor quer saber se eu sou o chefe lá na região? Na Região do Lagos não tem líder, na região. O senhor conhece a estrutura da organização criminosa. Quando eu estava lá no sistema os senhores estavam sempre conversando e sabem como que funci… funciona. Não precisa de  ordem minha pra nada acontecer lá. Isso aí não faz sentido. Cada um responde pela sua comunidade. Um responde por aqui outro por aquilo ali e eu tô aqui, certo?” 

RAPHAEL MONTENEGRO – 01:07:22 – “Você ainda tem o teu espacinho lá? Você mantém o seu espaço lá, não mas você mantém seu espaço lá? Você tem seus, seus, suas bocas por lá né?

 CARLOS EDUARDO – “Tenho.” 

RAPHAEL MONTENEGRO – “Então, tranquilo. Vou te falar, pra gente não faz a menor diferença, você não vai deixar de comprar, de ter seu espaço lá. A tua vida pra fora do muro é outra parada. A gente não tá preocupado. A nossa preocupação é: O CADU voltando ele vai tocar o terror na região dos lagos? ” (…) 

RAPHAEL MONTENEGRO – “Você precisa entender o seguinte: E seu trouxer o CADU de volta pra B7 o cara vai ficar criando problema com a comissão? (…)” 

Também consta na representação policial que Carlos Eduardo é líder do Comando Vermelho na Região dos Lagos e foi condenado a 57 anos de reclusão em regime inicial fechado