Fuzis vendidos ao tráfico no RJ são comprados desmontados nos EUA e ganham marca falsa no Paraguai para agregar valor no mercado negro

Traficantes que trazem fuzis para o Rio de Janeiro adquirem peças da arma sem nenhum tipo de marca nos Estados Unidos.
De lá, montam os fuzis no Paraguai para facilitar a logística e as armas ganham inscrição falsa de marcas conhecidas, como Colt, para agregar mais valor e ser vendido a bandidos do Rio, sejam traficantes de drogas ou milícias.
Um fuzil desta marca custa no mercado negro, segundo informações da DESARME, em torno dos R$ 50 mil.
Segundo a DESARME, os traficantes cariocas dão preferência as armas de origem estrangeira, novíssimas e alta qualidade.
As pistolas Glock, de acordo com a especializada, estariam valendo no mercado negro cerca de R$ 10 mil.
As informações foram dadas por um delegado à Justiça em um processo contra um militar do Exército que foi condenado ao ser flagrado com 19 fuzis e 41 pistolas em janeiro de 2018 na Via Dutra, na divisa entre os Estados do Rio de Janeiro e São Paulo. Essa apreensão tinha sido a maior de fuzis em rodovias brasileiras até então.
As armas vieram do Paraguai e abasteceriam o crime no Rio sendo que, antes desta apreensão, o militar já havia feito outras viagens entre Foz do Iguaçu (cidade fronteiriça com o Paraguai) e Rio de Janeiro
Segundo informações colhidas pela Justiça, todas as pessoas que aceitam transportar drogas e armas do Paraguai para o Rio não podem voltar atrás, senão são mortas.