INVESTIGAÇÃO: Confira quem é quem na quadrilha alvo de operação do MPRJ na semana passada. Bando era formado por traficantes de armas e drogas, roubadores e receptadores e estava baseado em comunidades do TCP, em especial o Complexo da Pedreira

Confira o quem é quem de uma quadrilha que foi alvo de operação do Ministério Público Estadual na semana passada.
Composta por 32 membros, a organização atuante no Complexo da Pedreira e adjacências, que pratica diversos crimes graves, tais como roubo de pessoas, roubo de cargas, receptação, comércio ilegal de armas e munições, tráfico ilícito de entorpecentes etc.
Atuava pelo menos desde o ano de 2019 nas comunidades da Pedreira, Lagartixa, Bairro 13, Morro do Chaves, Quitanda, Final Feliz, Acari, e no município de Belford Roxo.
Liderança
Michael Araújo embora integrasse mais diretamente os núcleos de tráfico ilícito de entorpecentes do Complexo da Pedreira e de venda de armas e munições, atuava sobretudo como um dos principais elos entre os núcleos delitivos da quadrilha, gerenciando as demandas da organizaçã, tais como a de abastecimento dos receptadores, mediante a intermediação do transbordo dos produtos dos roubos realizados, a venda de mercadorias roubadas, de armas e de munições, além como dito a de comércio ilícito de drogas,.
O nome de Michael foi citado, por diversas vezes, em ligações interceptadas durante a madrugada de 12/05/2020, entre 02:55 e 03:52, nas quais os denunciados Roberto Jeferson e Vitor Santana conversavam, enquanto transitavam em veículos distintos por vias públicas, em busca de oportunidade de roubar cargas.
Pelo que se depreende dos áudios, Michael conduzia o veículo no qual se encontra o denunciado Vitor Santana.
Em conversas entre Michael e Bokinha, eles falavam nas quais estes sobre a aquisição de munições de fuzil, entorpecentes e granadas.
Roubadores
Os bandidos que participavam ativamente de roubos de cargas e a pessoas (essas sobretudo em transporte coletivo), tinham como funções precípuas alimentar a demanda do núcleo de receptadores da súcia, bem ainda obter vultosos ganhos financeiros para si e para a organização, o que fazem especialmente abordando e subtraindo as cargas transportadas em caminhões e veículos que transitam ao longo da Avenida Brasil e na Baixada Fluminense, ou então ingressando em veículos de transporte coletivo de pessoas, as quais têm seus bens subtraídos.
Pode-se identificar ao longo das investigações, malgrado o inter-relacionamento de seus integrantes, dois grupos distintos de roubadores que atuam no interesse da mesma organização, sendo o primeiro mais presente, mas não só, no município de Belford Roxo, e o segundo na capital fluminense.
Roberto Jefferson e Wilian Carvalho comandavam a prática de roubos de cargas na Av. Brasil e na Baixada Fluminense, em comunhão de ações e desígnios com seus comparsas acima mencionados, ora levando as cargas para o Complexo da Pedreira, ora descarregando os produtos em galpões na Baixada Fluminense; além disso, pratica, por vezes, atividades ilícitas inerentes à receptação desses e de outros produtos roubados, atendendo aos interesses da organização,
Patric atuava nos roubos de carga e nos roubos a pessoas em transporte coletivo, além de praticar, por vezes, atividades ilícitas inerentes à receptação desses e de outros produtos roubados, atendendo aos interesses da organização.
Júnior era integrante do grupo de roubadores de carga atuante na Avenida Brasil e Baixada Fluminense.
Vitor Santana também era membro do grupo de roubadores.
Gleidson praticava roubos a pessoas em transporte coletivo, no interesse da organização, principalmente na Avenida Brasil e Baixada Fluminense,
Havia um segundo grupo de roubadores. Um deles era Vitinho que fazia reiterados roubos de carga ao longo da Via Dutra e outras vias do Estado do Rio de Janeiro.
Romário atuava de acordo com as demandas da quadrilha.
Lulu também era igualmente integrante do grupo de roubadores de carga f
Patrick integrava o núcleo de receptadores, atuando nos interesses da organização criminosa, transportando, expondo à venda e vendendo os produtos objetos dos roubos de carga
Bia era um dos contatos frequentes do denunciado Patrick e, da mesma forma, atua expondo à venda e vendendo os produtos objetos dos roubos de carga,
Companheiro de Bia era também integrante do núcleo de receptadores da ORCRIM, sendo certo que ambos adquirem, transportam, expõem e vendem produtos roubados, obtidos em razão do esquema organizacional.
Paulo César atuava no transporte de mercadorias roubadas, em especial para Patrick.
Receptadores
Fábio Egypto, além de armazenar e promover a venda de mercadorias roubadas – mantendo íntima relação com o núcleo de roubadores da organização -, atuava também fazendo monitoramento das vias públicas, a fim de avisar outros integrantes do bando acerca da presença de policiais nas vias, t
Monique também armazenava e vendia produtos roubados;
Lelé mantinha íntima relação com o denunciado Michael, sendo avisado quando da chegada de caminhões com carga roubada na comunidade e partilhando com Michael a responsabilidade sobre a contabilidade da atividade ilícita.
Héverto atuava como revendedor das mercadorias roubadas pelo (ou em favor do) grupo criminoso, t
Carlos Aparecido também atuava na revenda de produtos roubados pela ORCRIM, em especial cosméticos e produtos de higiene e cuidado pessoal,
Johnny Wendel adquiria produtos roubados do núcleo de roubadores da organizaão, para revenda direta ou por meio de pessoa jurídica por ele constituída.
Traficantes de drogas
O tráfico de drogas não era somente no Complexo da Pedreira quanto nas comunidades do Gogó e Guaxá, essas últimas situadas no Município de Belford Roxo, garantidas tais atividades pela facção criminosa Terceiro Comando Puro – TCP, que controla as regiões referentes a todas as comunidades mencionadas.
Tal estrutura de dominação garantia aos núcleos dos já citados roubadores e aos receptadores um espaço geográfico ´seguro´, vale dizer, a dominação da área confere maiores garantias para transbordo das mercadorias roubadas, sem normal interferência das forças de segurança do Estado, sendo, portanto, fundamental para o pleno funcionamento da organização.
Ao longo das investigações, restou verificado que, além de Michael Araújo, os denunciados Tainan Cássio e Lucas dos Santos atuavam de forma estável e permanente na venda de material entorpecente,
Tainan, por exemplo, era responsável, para além da venda, pelo abastecimento das ´bocas de fumo´
Lucas atuava na venda de material tóxico nas comunidades da Guaxá e Gogó, em Belford Roxo/RJ,
Tráfico de armas
Como pressuposto para o sucesso do controle territorial e garantia das empreitadas criminosas, a estrutura da quadrilha contava com um núcleo dedicado à compra e venda de armamentos e munições.
Michael Araújo transacionava as compras e repasses de armamentos e munições,
Para isso contava com ajuda de:
Paulo Roberto, o Amigo das Camisas, negociava armas e munições com Michael
Alan Nunes atuava na comunidade Fazenda Botafogo e mantinha com o denunciado Michael ilícitas relações espúrias para compra e venda ilegal de munições, sobretudo de fuzil. 30
Maria Luiza, a Amiga do Léo, negociava ilegalmente com o denunciado Michael armas de fogo e munições, com atuação na região de Senador Camará, também ligada à facção criminosa TCP. C
Thaís auxiliava no transporte de munições para abastecer as estruturas da organização situadas em comunidades da Baixada Fluminense, dominadas, por evidente, pelo TCP. 3
Jorge Matheus, o Sorriso do AK, tinha atuação na comunidade de Acari. Negociava armas e munições (além de drogas, rádios transmissores e bens de origem criminosa) com o também denunciado Michael.
Lucas, o Preto, atuava na comunidade Para Pedro, também controlada pelo Terceiro Comando Puro.
Anderson, vulgo Quebra, também negociava armas, em especial nas comunidades do Complexo da Pedreira,
Hudson, o Bokinha negociava armas, munições e granadas (além de drogas), em especial na comunidade de Acari,