Investigação revela como agia e se estruturava a milícia de Playboy da Curicica

No dia que a polícia prendeu Caveirinha, mais um integrante do grupo, o InformeAgora revela o conteúdo das investigações que revelam como agia e se estruturava a quadrilha chefiada pelo miliciano Playboy da Curicica, preso desde o ano passado.
Os atos ilícitos praticados pelo grupo consistiam na distribuição clandestina de sinal de TV a Cabo e de internet, em constrangimentos ilegais e extorsões contra moradores e comerciantes e agiotagem.
Os criminosos ostentavam armamento de guerra e apresentavam características próprias deste tipo de
grupo mafioso: poder hierárquico, controle territorial, divisão de tarefas, conluio com outros criminosos e
relação promíscua com agentes da segurança pública.
Foi apurado que os milicianos cobravam, de “taxa de segurança”; “taxa de circulação” do transporte alternativo; ágio sobre a venda de imóveis, materiais de construção, alimentos, água, botijões de
gás; além de cobrança sobre serviços básicos como coleta de lixo, fornecimento de luz e água.
Negociavam ainda, a aquisição de armas e munições de uso restrito.
Eles promoviam o patrulhamento armado das comunidades, por meio do qual
mantêm o controle geográfico, bélico, financeiro e logístico da região para rechaçar qualquer tentativa de
invasão das localidades, seja por milicianos ou traficantes de drogas integrantes de grupos criminosos rivais, além de buscarem transmitir falsa sensação de segurança para a população local, sob cujo pretexto é realizada a cobrança da malfadada “taxa de segurança”.
Diligências investigatórias, inclusive pela análise de imagens de câmeras, arquivos e mensagens armazenadas em aparelhos de telefonia apreendidos por ocasião de ações de agentes da DRACO-IE – Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas e Inquéritos Especiais, comprovaram que Playboy era o líder do grupo, dirigindo com mão de ferro todo o atuar ilícito dos demais denunciados.
Coordenava e determinava a função ilícita a ser desempenhada por cada comparsa.
Novinho do Terreirão, um guarda municipal do Rio, Pelezinho, Aryel W, Neto, o PM França e Marcelo R integravam a equipe de segurança de Playboy. Estavam sempre portando armas de fogo.
França e outro PM Rodrigo C.OM sendo agentes da segurança pública, emprestavam seus conhecimentos técnicos angariados em suas instituições aos demais integrantes do bando, além de intervir junto a outros agentes estatais em caso de abordagem policial de seus comparsas.
Neto era ainda chefe de segurança de uma casa noturna e garantia livre acesso do grupo às dependências do estabelecimento, permitindo que os denunciados e demais integrantes da milícia frequentassem o local portando suas armas de fogo.
Todas as vezes em que Playboy de Curicica estava na boate, adotava postura que visava impedir a entrada de integrantes de grupos rivais, além de monitorar os arredores da casa noturna a fim de alertar seus comparsas sobre possíveis ações policiais voltadas à captura do grupo criminoso.
Dodô, além de ser segurança de Leandro Xavier, era seu lugar-tenente. É o chefe, o frente, da milícia que atua na região da comunidade Terreirão,
Cláudio Alemão era o responsável pelo fornecimento de armas e munições para a associação criminosa.
Alguns destes suspeitos foram presos em operação no ano passado mas há ainda soltos.