Investigação revela o quem é quem do tráfico no complexo Pavão-Pavãozinho e Cantagalo (CV)

Investigação aberta em 2021 revela como funciona o tráfico no complexo de favelas Pavão-Pavãozinho e Cantagalo, em Copacabana.
Para facilitar a comercialização das drogas, os criminosos estabeleceram pontos de vendas de drogas em localidades conhecidas como: Corredor do Poupa Tempo, Segundinha, Camarote, Beco do Mituca, Beco do Serafim, Boca do 48 e 200; situadas em várias ruas e vielas dos morros que compõem o complexo, com especial ênfase para a Rua Saint Roman, na circunscrição da 13ª Delegacia de Polícia.
O traficante Bolão é o “dono” do Complexo do Pavão, Pavãozinho e Cantagalo, em Copacabana, sendo o responsável pelo domínio da localidade, mesmo estando sob a custódia estatal. Cabe a ele a tomada de decisões quanto a venda de drogas e a percepção dos lucros obtidos através da comercialização dos entorpecentes.
Os chamados “frentes”, ou seja, homens de confiança do dono do complexo e que recebem os comandos diretos do dono, garantindo o funcionamento do grupo, são: Humberto C, Williams F.C, Paulo R.F e Valter S.B.L
De todos eles, Valter é particularmente importante na sua localidade, pois é responsável também pela parte financeira, uma vez que Paulo é analfabeto, inclusive tendo Valter assumido o posto depois da morte de Leonardo Serpa de Jesus, conhecido pelo vulgo “Léo Marrinha.
Sandro T.S , Wagner S e Renato R.F são gerentes de bocas de fumo do Complexo do Pavão, Pavãozinho e Cantagalo, portanto, administram as vendas, contabilizando os lucros e organizando as atividades dos pontos de venda de drogas da localidade, coordenando os demais indivíduos que se revezam dentre as atividades de “olheiro”, “vapor” e soldado quando designados para suas bocas de fumo pelos “frentes”
Outros 24 suspeitos atuam nas atividades mais básicas do grupo, nas quais podem ser facilmente substituídos uns pelos outros,. Esse escalão é o mais baixo na hierarquia do grupo e os indivíduos realizam as seguintes funções, alternadamente: “olheiro ou radinho” – atividade de vigilância dos morros para avisar da chegada da polícia, de traficantes rivais ou outras pessoas estranhas ao grupo, usando rádios de comunicação para o desempenho da função; “vapor” – atividade de venda direta do material entorpecente para os usuários/compradores; “soldado” – atividade que consiste na contenção armada em diversos pontos de venda de drogas da região para protegê-los de outros traficantes ou da atuação o próprio poder público, utilizando pistolas e fuzis; “segurança” – atividade na qual o indivíduo, portando arma de fogo, acompanha algum dos indivíduos do escalão superior em suas atividades diárias, com o intuito de protegê-los contra ameaças externas.
Os integrantes da associação criminosa exibem armamento de guerra, composto por fuzis e pistolas. Além disso, eles aliciam crianças e adolescentes para a prática criminosa, situação vivenciada por Williams F.C , indivíduo que ingressou na associação criminosa antes de completar a maioridade e permaneceu nela, inclusive, alçando um patamar superior na organização.
A Polícia Civil analisou gravações realizadas por policiais militares durante o exercício da função pública, imagens que registraram os denunciados em diversos momentos nas localidades do complexo de morros, principalmente nos pontos de venda de drogas, portando armas de fogo e participando da mercancia ilícita de entorpecentes).