Justiça mandou miliciano condenado para casa por causa da pandemia e meses depois confirmou que ele havia matado duas pessoas anos atrás

A Justiça concedeu em agosto benefício de visita periódica ao lar a um miliciano de Itaboraí condenado a seis anos de prisão. Meses depois, descobriu que ele havia cometido dois homicídios há quase três anos e decretou novamente sua prisão preventiva.
Segundo os autos, , na noite do dia 17 de junho de 2018, após as 20h30, na Rua 7, próximo à Fábrica de Gaiolas, bairro Alto do Jacu, Itaboraí-RJ, o denunciado , sequestrou Matheus Santos Lima e Gabriel de Souza da Conceição Rodrigues jogando-as no porta-malas de um veículo e levando-as para local afastado, onde foram executados com disparos de arma de fogo.
O acusado foi preso, em 13.02.2019, foi preso em flagrante delito em poder da pistola Tanfoglio, calibre. 45, utilizada na execução.
A companheira de Matheus, indagada sobre a presença do acusado, dentre os sequestradores do seu companheiro, informou que as suas características físicas eram muito semelhantes a um dos bandidos.
Além disso, informou que Matheus havia sido expulso por milicianos do bairro de Visconde de Itaboraí, que o ameaçaram de morte caso insistisse em permanecer na região.
Outra testemunha confirmou que o acusado detinha o porte da arma utilizada no duplo homicídio apurado nestes autos. Além disso, afirmou que ele lhe confidenciara que havia ´matado uma pessoa que teria invadido a casa dele e tentado matá-lo juntamente com outros criminosos´.
O miliciano foi condenado, nos autos do proc. nº 0034579-05.2019.8.19.0001, a pena final de seis anos de reclusão pelos crimes de milícia (art. 288A do Código Penal) e porte de arma de fogo (art. 14 da Lei 10826/03), mas sua pena foi progredida para o regime semiaberto, em gozo do benefício da VPF (visita periódica à família),
Em razão da excepcional situação de pandemia, atualmente o acusado se encontra, desde 08/08/2020, em gozo do benefício da visita periódica à família sendo que não foi estipulada uma data para ele retornar a prisão.