Pai de vítima assassinada pelo bando de Ecko teve que mudar de casa com medo da milícia

Com medo da milícia, o pai de uma das vítimas assassinadas pelo grupo paramilitar deixou a sua residência onde morava na Zona Oeste do Rio.
A vítima foi Édson Felipe Borges Cardoso, que foi morta em 6 de novembro de 2017 em um bar, no bairro de Paciência, na Zona Oeste
O chefe da milícia, Wellington da Silva Braga, o Ecko, e seu comparsa, Cristiano Lima de Oliveira, o Jiraya, já preso, tiveram as prisões temporárias decretadas pelo crime.
O crime foi praticado por motivo fútil, em razão da vítima ter pisado no pé de um dos denunciados.
Consta da denúncia que Giraya também foi alvejado no incidente ocorrido no Bar ´Pub Beer´ e que foram encontradas munições em seu bolso.
De acordo com as declarações prestadas em sede policial pelo primo da vítima, Édson havia se casado no dia anterior.
Disse que chegaram ao local por volta das 1:30h da madrugada e, ao sair para comprar uma cerveja, ouviu um disparo de arma de fogo. Narrou que no momento do tiro, todos que estavam no bar correram e se abrigaram.
Ao retornar, se deparou com seu primo caído ao solo baleado. Que solicitou ajuda a um terceiro para socorrer Edson.
Salientou que a região é dominada pela milícia, mas que o primo não tinha amizade com os milicianos da localidade, não era usuário de drogas, não possuía arma de fogo, não tinha envolvimento com algo ilícito nem tinha inimigos.
Falou que Edson havia passado no concurso para a Polícia Militar e aguardava ser chamado.
Em um segundo depoimento prestado em sede policial, o primo da vítima ratificou seu relato e acrescentou que Edson estava alcoolizado, pois havia bebido o dia inteiro em comemoração ao seu casamento ocorrido no dia anterior.
Disse que, dentro do bar, permaneceu junto ao primo e que não havia nenhum policial ou amigo que pudesse estar armado na companhia destes.
Narrou que dias após o fato, ouviu de alguns moradores da localidade onde reside que Edson havia discutido com um miliciano chamado Jiraya. Mencionou que o comentário se estendeu através da internet.
Ressaltou que na localidade em que reside impera a associação criminosa denominada Milícia e que não quer ter problemas ou sofrer represálias dessa milícia. Por fim, disse que todos os moradores da localidade tem medo da milícia pois é de costume haver ´cobrança´ daqueles que tentam se opor às suas ordens.
O pai da vítima disse que estava na festa de casamento do filho. Narrou que a festa e se iniciou por volta das 14:00h e se encerrou por volta da 00:00 do dia do fato. Disse que soube que Edson e o sobrinho, após o término da festa, se dirigiram ao Bar ´Pub Beer a fim de continuar a comemoraçã
Confirmou que seu filho estava alcoolizado por ter ingerido bebida alcoólica durante todo o dia anterior em decorrência da comemoração do casamento daquele.
Salientou que, por volta das 4:00h, recebeu um telefonema dizendo que seu filho havia sido baleado e havia sido socorrido, sendo encaminhado para o Hospital Rocha Faria.
Narrou que dias após o fato, ouviu de alguns moradores da localidade onde reside que Edson havia discutido com um miliciano chamado Jiraya.
Ressaltou que na localidade em que reside impera a associação criminosa denominada Milícia e que não quer ter problemas ou sofrer represálias desse grupo paramilitar.
Disse que é comum acontecer homicídios e demais crimes praticados pela milícia na localidade em que reside, mas que quando ocorre algum fato, as pessoas evitam mencionar nomes por medo de represália.
Mencionou que é comum passarem milicianos de carro fazendo a ronda pela localidade.
Por fim, narrou possuir muito medo por si e por seus familiares, eis que todos os moradores da localidade têm medo da milícia pois é de costume haver ´cobrança´ daqueles que tentam se opor às suas ordens.
