Casos de Políciahomicídioinvestigação
Passado no crime acabou abreviando vida de jovem que estava trabalhando mas foi torturado e morto por traficantes em Barra do Piraí

O assassinato de Diego Lorran dos Santos Martins das Chagas, de 24 anos, em Barra do Piraí, em outubro, teve grande repercussão da mídia do Sul Fluminense. Segundo as investigações, o crime teria ligação com o tráfico de drogas e já têm cinco suspeitos com prisão temporária decretada. De acordo com os relatos dos irmãos e da mãe da vítima, Diego iniciou o uso de drogas na adolescência e, posteriormente, chegou a ser preso por tráfico de drogas. A família relata que constantemente sua genitora era instada a dar dinheiro ao filho para que este pudesse arcar com suas dívidas de drogas. Em outubro de 2020, Diego trabalhava no setor de construção civil, no condomínio Nova Barra, local, em que teria conhecido um jovem. Assim, no dia 13 de outubro de 2020, este lhe pediu que Diego lhe desse carona até o sítio de seu tio, no bairro Mesquita. Segundo o rapaz, Diego não demonstrou temor e nem nada mencionou quanto ao seu ingresso no bairro. Ao chegarem ao sítio, como a porteira estava fechada, Diego deixou o carro estacionado em frente a esta e seguiu caminhando com o colega até encontrarem o tio, ocasião em que ficaram analisando peças de um Fusca. Quando do retorno, o tio teria dado carona para Diego e o sobrinho até o local no qual o carro estava estacionado, porquanto demoraria uns 25 a 30 minutos, se fossem caminhando. Nesse cenário, quando estavam quase chegando à porteira, foram surpreendidos por três homens, sendo certo que um deles portava uma arma de fogo e dois deles estavam com pedaços de pau, conforme relato do tio. Os homens teriam se dirigido a Diego e, como um deles chegou a bater com o pau na cabeça do colega, na primeira oportunidade que teve, este fugiu correndo em direção ao mato. Já o tio solicitou que fosse liberado e que eles se ´acertassem´. Esclareceu que foi liberado e quando passou na porteira avistou um quarto homem em observação. Logo após tais fatos, Diego foi encontrado morto, amarrado com sinais de tortura e baleado. Em depoimento na senda distrital, o tio do colega da vítima disse que por já morar na localidade há tempos, conhece os quatro indivíduos que abordaram Diego, tendo ciência que todos têm envolvimento com o tráfico de drogas, mas, ninguém fala nada no bairro, por temer pela própria vida. No seu primeiro depoimento prestado na Delegacia de Polícia, o amigo de Diego não soube informar quem seriam os indivíduos que os abordaram naquela data, tendo fornecido apenas suas características físicas. Todavia, quando estava acompanhando um policial civil a uma mercearia próxima à porteira do sítio para verificar se existiam câmeras de segurança, viu quando uma pessoa caminhava pela localidade, ocasião em que prontamente o reconheceu como sendo o indivíduo que lhe bateu com o pedaço de pau na cabeça. Posteriormente, o rapaz, novamente ouvido em sede policial, reconheceu dentre as fotografias apresentadas os outros indivíduos, além do autor do golpe em sua cabeça, que estavam no local dos fatos. Ressalte-se que seu tio também reconheceu os três homens acima, tendo ainda apontado para um quarto suspeito como sendo a pessoa que estaria ´tomando conta´ do cenário em frente à porteira. O irmão de Diego noticiou que ele não ia ao bairro Mesquita por receio de receber represálias do Comando Vermelho. Além disso, tio e sobrinho têm apresentado temor por suas vidas e de suas famílias, sendo certo que o colega de Diego disse que dois carros suspeitos ficam indo e vindo em frente à sua casa. Ademais, segundo populares, a proprietária da merceária que forneceu as gravações das câmeras de segurança estaria sendo ameaçada por tal fato. Dois dos suspeitos são adolescentes e outros três são maiores de 18 anos.; Saliente-se que Carlos Gustavo e Michel são adolescentes, enquanto Ruan, Vitor e Rogério são maiores de 18 (dezoito) anos, tendo a Autoridade Policial pugnado pelas suas prisões temporárias, seja em virtude do risco que oferecem às testemunhas, seja porque as investigações precisam prosseguir, realizando-se, por exemplo, reconhecimentos presenciais e novas oitivas. Desta feita, verifica-se que há fortes indícios de autoria que apontam para as pessoas dos ora investigados, além do que, de acordo com o Ministério Público, ainda se faz necessária a realização de algumas diligências imprescindíveis para a concretização da investigação, o que, a toda evidência, pode restar prejudicado com a influência dos imputados. |