PM expulsou cabo suspeito de receber propina da milícia para não reprimir infrações de trânsito de mototaxistas

A Polícia Militar expulsou o cabo Deltz, suspeito de receber propinas da milícia que atuava no Morro do Tirol, em Jacarepaguá, para não reprimir infrações de trânsito cometidas por motociclistas.
Segundo a investigação, o agente, recebeu para si, em razão da função, vantagens indevidas
pecuniárias para não reprimir os crimes e infrações de trânsito que, diuturnamente, eram praticados no
Morro do Tirol (28.02.2019), além de não multar o motociclista que estava dirigindo sem capacete
(20.02.2019).
No dia 08.03.2019, ele teria aceitado promessa de pagamento de vantagem indevida de Serginho, então chefe da milícia que dominava a localidade.
Os crimes foram descobertos no curso da investigação policial, instaurada par apurar a morte do próprio “Serginho”.
De acordo com o boletim interno da PMERJ, restou evidenciado o recebimento pelo acusado de R$200,00, no dia 20 de fevereiro de 2019, para deixar de multar um motociclista que não usava capacete.
Da mesma forma, os diálogos travados, nos dia 28 de fevereiro e 08 de março de 2019, mostra-se suficiente para demonstrar duas novas ocorrências de recebimento de vantagem indevida, sendo certo que, na primeira data, o acusado realiza contato com “Serginho” para “pegar a meta” e, na
segunda data, o acusado foi ao encontro do miliciano, então chefe do grupo criminoso
que atuava no morro do Tirol, para pegar determinada quantia.
O agora ex-policial narrou em seu depoimento que no início de 2019 foi alocado no serviço de moto patrulha Freguesia do 18o BPM e abordava motos e carros, aplicando autos de infração de trânsito caso fosse necessário.
Com o tempo começaram a chegar alguns pedidos e até mesmo avisos, porém não foram acatados. Em uma determinada data alguém do mototáxi da região do Tirol, conseguiu o seu número de celular e começou a enviar mensagens, em princípio de retaliação e depois solicitando para conversar pessoalmente.
Ressalta que tais mensagens não foram respondidas. Relata ainda que foi inaugurada uma investigação sobre atividade de milícia na comunidade do Tirol e nos autos, um interlocutor falecido teria comunicado a terceiros a necessidade de entrar em contato com o revisionado sobre a necessidade de um alinhamento sobre a cobrança de multas de mototaxistas da região.
Negou que tenha ocorrido qualquer acordo e continuou exercendo suas funções.
Alega que não informou ao comando do 18o BPM sobre as tentativas de contato dos mototaxistas, em razão de não saber que faziam parte da milícia da região.
O policial já havia sido condenado pena de seis anos e oito meses de reclusão no regime semiaberto, por corrupção passiva,