PM expulsou três policiais suspeitos de envolvimento com milícia em Caxias e em dois homicídios

A Polícia Militar excluiu dos seus quadros três agentes da lei envolvidos nos homicídios de Charles Augusto Ponciano, vulgo CH, e Edson Nascimento da Silva, na Avenida do Canal da Figueira, Lote 06, Quadra 57, bairro Jardim Anhangá, Duque de Caxias.
Segundo relatos, os três PMs, um deles conhecido como Cara de Pedra, eram envolvidos com a milícia que atuava na região. Um dos suspeitos estava no carro usado no crime e catou os estojos e jogou no interior do canal.
Os expulsos estavam lotados atualmente no 15º BPM (Duque de Caxias), 2º BPM (Botafogo) e 16º BPM (Olaria).
Ouvidos, os suspeitos disseram que não sabiam da atuação de milicianos na área.
Uma testemunha disse que no bairro sempre teve atuação de grupos paramilitares principalmente após a construção do condomínio do Minha Casa Minha Vida.
A partir daí, começou uma guerra de milicianos com muitas mortes na região de Jardim Anhangá e ao redor. CH conhecia todos os milicianos da região de Jardim Anhangá , entre eles , os próprios PMs suspeitos que, de acordo com a testemunha, eram chefiados por um vereador de Magé e comandado por um indivíduo conhecido como Brown.
CH possuía armas de fogo e já pode presenciar por duas vezes o miliciano PQD deixando fuzis na casa de seu pai. Informou que CH também possuía amizade com os traficante da “Avenida B”, localizado no início de Imbariê- Duque de Caxias , tendo como facção principal o Terceiro Comando.
De acordo com o relato, traficantes da Avenida B, sendo entre eles, o nacional de vulgo Lopinho” e outro de nome
Arthur, juntamente com CH, executaram o miliciano Brown, pois estaria atrapalhando o tráfico da Avenida B.
Tempos depois, os milicianos estavam juntos em um reunião na rua, quando passou de carro o traficante Lopinho, automaticamente este foi seguido pelo grupo paramilitar e comprovaram que Lopinho foi para casa de CH, o que revoltou os PMs milicianos.
Segundo a testemunha, após esse fato os milicianos supracitados se reuniram e arquitetaram um plano para matar CH, reunião na qual se encontrava o nacional Edson Nascimento da Silva, vítima do homicídio investigado no procedimento de n.o 861-01228/2020.
Como Edson era amigo de CH, acabou passando essa informação para ele e dias depois os milicianos ficaram sabendo disso, de modo que mandaram o miliciano Cara de Pedra ir na casa de CH para desmentir tal informação e dizer que estava tudo bem entre eles.
CH e Edson estariam marcados para morrer, de modo que no dia 04 de dezembro de 2020, por volta de 17h40, chegou um carro branco, marca toyota, modelo RAV4, deste veículo desceram três homens com armas nas mãos. Nesse instante, o depoente correu para o banheiro e depois de ouvir os tiros saiu e se deparou com uma das vítimas já baleado, em pé na sala.
Nesse momento viu outro PM miliciano com um fuzil nas mãos e Em seguida, o policial criminoso apontou a arma para a testemunha, momento em que o declarante correu para os fundos e ouviu mais tiros e ao retornar viu um dos alvos já morto no chão.
O declarante conseguiu ver os elementos entrando no carro branco e se evadindo do local e os mesmos milicianos foram com este carro em direção ao bar localizado na Avenida do Canal, cerca de 3km da casa do depoente, onde encontraram Edson sentado e o executaram também.