PM morto em Paciência era suspeito de integrar quadrilha formada por policiais da Baixada que extorquia e torturava traficantes que não pagavam propinas

O PM Weliton Dantas Luiz Júnior, morto ontem à noite em Paciência era suspeito de fazer parte de uma quadrilha formada por policiais no GAT (Grupamento de Ações Táticas) do 24º Batalhão da Polícia Militar (Queimados) e, posteriormente, na P2 (Seção de Inteligência da Polícia Militar) do 21º BPM (São João de Meriti) voltada para a prática de crimes de extorsão mediante sequestro, corrupção, concussão, peculato e tortura. A investigação veio a tona no ano passado.
O bando praticava extorsão a comerciantes e a criminosos, homicídios e torturas a traficantes que não pagavam a propina ao grupo.
O bando tinha acerto com traficantes de Itaguaí e Japeri, utilizando os códigos “GD” e “ENG” para se referir às comunidades do Guandu e Engenho Pedreira, situadas em Japeri, e “ST” para se referir à comunidade Sem Terra, localizada em Itaguaí.
E, quando, por qualquer motivo, a propina não era paga pelos criminosos, os denunciados valiam-se da força e violência para impor medo e dissuadi-los, realizando diligências que, muitas vezes, sequer eram informadas à Autoridade Policial.
Os PMs suspeitos localizaram criminosos com grandes quantidades de drogas e armas, deixando, contudo, de dar voz de prisão para iniciar indevidas negociações pela liberdade destes.
Aponta, também, a denúncia que a investigação demonstrou haver entre os denunciados integrantes do GAT do 24º BPM uma verdadeira divisão de valores oriundos do pagamento de propina e desvio de dinheiro decorrente de apreensões.