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PMs denunciaram participação de colegas em milícia alvo de operação hoje em Nova Iguaçu

A investigação contra a milícia que é alvo hoje de operação do Ministério Público começou na verdade em 2018 em procedimento administrativo instaurado pela Corregedoria Interna da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro, que visava apurar a veracidade de denúncias anônimas oriundas de policiais militares e moradores das regiões de Nova Iguaçu e Queimados, na Baixada Fluminense.


Segundo consta dos autos, policiais militares relataram o envolvimento de colegas associados a um grupo de milicianos que atuam nos bairros de Austin, Cabuçu, situados, respectivamente nos municípios de Nova Iguaçu e Nova Iguaçu e Queimados. 


No dia 29 de maio de 2018, os policiais 3º Sargento PM A.L.M.A. e o Cabo PM L.C.R.P. compareceram à Sede da Corregedoria Interna da Polícia Militar, afirmando serem moradores do Bairro Austin – Nova Iguaçu – e relataram o envolvimento de outros policiais militares em organização criminosa que atua na região em que residem. 

O policial identificado como cabo PM L.C.R.P. trouxe aos autos cópias de conversas do aplicativo WhatsApp, com fotos extraídas de redes sociais dos supostos integrantes do grupo de miliciano e traficantes de drogas do Bairro Austin e do Munícipio de Queimados. Este policial descreve a participação de um PM de vulgo Babu, lotado no 27º BPM (Santa Cruz), como um dos chefes da milícia do Munícipio de Queimados, bem como seu envolvimento com a facção Terceiro Comando Puro (TCP). 


Em continuação, o Cabo PM L.C.R.P. informa que o então PM  Luiz Fernando Cardoso de Loiola, lotado no 5º BPM, seria um dos chefes da milícia do Bairro de Austin. Um soldado lotado na 4º UPP/3ºBM, teria envolvimento com a milícia e as Kombis, conforme cópia de áudio fornecido.


Outro soldado, do 20º BPM (Mesquita)seria o segurança do grupo criminoso. Um cabo do 39º  BPM (Belford Roxo) seria o responsável da cobrança dos comerciantes, bem como o responsável pela prática dos crimes de homicídios da região.


O ex-PM Vladimir Guimarães Ferreira, licenciado ex-of a bem da disciplina, seria outro chefe da milícia associada ao bairro Cabuçu -Nova Iguaçu, sendo responsável pelos pontos de moto-táxi, bem como pela cobrança na venda de gás e dos motorista do ponto de Kombi, além de ser apontado como um dos executores da região. 


Ademais, foram apontados como participantes da referida milícia pessoas conhecidas pelo vulgo de William Cara de Trem, Marquinho Alemão, Pequeno, Emanuel Bomba, Jonathan Joevani, Doidão, Vitinho Preto, Nem do Corsa e Tandão. 


 No dia 30 de maio de 2018, o 2ª SGT PM A.F.S, morador do Bairro de Austin, compareceu a Corregedoria da Polícia Militar para informar a participação dos mesmos PMs que já haviam sido relatados anteriormente na milícia. 


Analisando minuciosamente o parecer do chefe da Corregedoria da Policia Militar que presidiu a averiguação, no que se refere às pesquisas e confrontos das informações prestadas pelas testemunhas, a Justiça concluiu que os policiais envolvidos residiam nos Bairros de atuação das milícias, eram lotados nos respectivos batalhões informados pelas testemunhas, e os vulgos e fragmentos de nomes estão em consonância com as declarações dos policiais ouvidos a termo. 


No disque denúncia, verificou-se o relato de extorsão de grupos milicianos, com a participação de policiais militares, exigindo o pagamento da quantia de R$ 70,00, para que os comerciantes não tenham seus comércios roubados. 


Agentes da 3ª Delegacia de Polícia Judiciária Militar iniciaram as pesquisas de campo, dando início às diligências em diversos pontos dos Bairros de Nova Iguaçu e Queimados. 


Em diligência ao DPO de Austin, a fim de verificar denúncia de policiais militares envolvidos com a milícia daquela localidade, o PM Babu e Loiola  foram flagrados conversando nas proximidades do DPO. 


Em abordagem realizada no dia 31 de maio de 2018, Giovani Rangel de Oliveira foi preso na direção do veículo clonado HB20, placa PXG 1255, sendo encontrada uma pistola Taurus, PT 59, calibre 380, com 16 munições, uma toca ninja e um rádio transmissor. Este integrante foi apontado pelo 3º Sargento PM A.L.M.A como integrante da milícia. 


Foi realizado o reconhecimento fotográfico pelos policiais, 3º Sargento PM A.L.M.A. e o Cabo PM L.C.R.P., dos integrantes da milícia mencionados em seus depoimentos e foram reconhecidos oito suspeitos.


Também compareceram à Corregedoria as testemunhas L.R.de B., R da S.F., F. de A.B., todos moradores do Bairro de Austin, para prestarem seus depoimentos, que também reconheceram os mesmos. 


 Consta ainda nos autos fotografias dos locais de domínio econômico da milícia, tais como ponto de moto táxi , gato-net , depósitos de gás, eventos musicais e locais onde eram realizadas reuniões do grupo criminoso. 


Foi apurado que um cabo da PM era sócio de vários depósitos de revenda de gás no Munícipio de Nova Iguaçu, juntamente com Kadu do Gás´, e que este policial escolta caminhões, cerca de 8 meses. 


Em consulta ao Portal de Segurança e ao Infoseg, apurou-se que Kadu do Gás possuía anotações criminais por diversos crimes e seu nome consta como sócios em diversas empresas.


A testemunha J.N.P, dono de depósito de gás, compareceu a sede da 3ª DPJM, a fim de trazer algumas informações sobre a atuação da miliciana região. 


Após visualizar a foto de três PMs  afirmou que estes compareceram com um grupo miliciano em seu depósito de gás, portando fuzil e exigiram cobrança para manterem o comércio em funcionamento

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