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Polícia caça PM acusado de matar homem e tentar executar Uber após desentendimento em choperia em Piedade em dezembro

Um policial militar está sendo caçado acusado de cometer um homicídio em dezembro após ele mesmo ter esbarrado na companheira de um rapaz que seria o seu alvo dentro de uma choperia, em Piedade, na Zona Norte do Rio de Janeiro.  O crime não teve qualquer repercussão na mídia até agora.

Ele teve a prisão preventiva decretada mas até agora o mandado não foi cumprido embora o acusado tenha prestado depoimento na delegacia um dia depois do crime contando uma versão diferente sobre o fato. 

 Consta nos autos que, no dia 20 de dezembro de 2020, o PM efetuou disparos de arma de fogo em Lucas Ribeiro Gomes dos Santos e em um motorista de Uber. Lucas veio a óbito.  

O fato ocorreu em virtude de um suposto desentendimento ocorrido na Choperia Vai Que Cola, em Piedade, entre o acusado e a vítima Lucas, iniciado após o agente ter esbarrado na companheira de Lucas. 

Conforme informações constantes dos autos, após o desentendimento, a vítima Lucas e sua companheira, decidiram ir embora do bar, razão pela qual solicitaram os serviços de transporte Uber 

Ademais, foi apurado através dos registros feitos pelas câmeras do circuito interno de TV da choperia  que o acusado, visualmente com um volume acentuado na cintura (lado direito), manteve-se à espreita dos passos da vítima, até o momento em que esta saíra do local no veículo Ford Fiesta conduzido pelo motorista de aplicativo.

O PM, igualmente, se dirigiu para fora do bar, no sentido do seu veículo Logan preto através do qual, seguiu o automóvel utilizado pelas vítimas. Fo apurado que o autor emparelhou seu veículo ao Ford Fiesta e abordou o motorista do Uber efetuando em sua direção disparos de arma de fogo, bem como em direção ao passageiro com quem tivera suposto desentendimento minutos antes, matando-o. 

Nesse sentido, a vítima sobrevivente  declarou que no dia dos fatos pegou o passageiro em frente a Choperia vai que cola, e que chegando a esquina da Rua Goiás, um carro preto (Logan) que estava correndo, emparelhou com o veículo do declarante e perguntou : Se eu for aí, eu chego aqui?  

 Aduziu que em seguida o autor disparou, de dentro do carro, aproximadamente dois tiros contra ele, tendo conseguido andar com o carro por mais alguns metros, ate colidir com o muro da Rua Goiás.

 Relatou que viu o autor desembarcando na direção do passageiro Lucas, disparando contra ele mais uns quatro tiros à queima roupa , aproximadamente, e que logo em seguida o autor parou ao lado da porta do motorista e após ver que que ele mesmo ainda estava vivo, desferiu vários outros tiro, inclusive em sua cabeça. 

O próprio acusado quando prestou depoimento em sede policial no dia seguinte aos fatos, aduziu que no dia dos fatos foi para a choperia Vai Que Cola, onde bebeu moderadamente e não estava alterado, em que, saindo de lá, foi seguindo a Rua João Pinheiro ,na altura do número 77 , e ficou apreensivo com o carro Fiesta andando devagar na sua frente. Relatou que o motorista do Fiesta fez sinal para passar, sem nada nas mãos , e que quando estava passando pelo veículo viu algo na mão do motorista que o assustou, não sabendo afirmar o que tinha nas mãos. Informou que emparelhou o seu veículo Logan ao Fiesta e disparou dois tiros, tendo o veículo Fiesta prosseguido mais um pouco após ter dispararado, e, quando viu a porta traseira do lado do carona abrir, desferiu mais 5 tiros, aproximadamente, contra as pessoas que estavam no Fiesta, 

Por fim, aduziu que viu que não tinha uma pessoa ao lado do motorista, mas reparou que havia duas pessoas na parte de trás, e que após os fatos seguiu para sua residência. 

‘Com efeito, a dinâmica da conduta imputada ao acusado é extremamente grave, uma vez que, conforme narrado na exordial acusatória, uma vítima foi morta e outra atingida com inúmeros disparos de arma de fogo efetuados por um policial militar, do qual se exige um comportamento em sociedade condizente com seu cargo. Assim, a custódia se faz necessária para prevenir a reiteração deste tipo de conduta. Nesse sentido, a prisão cautelar se impõe como forma de se assegurar a ordem pública‘, diz os autos.

A defesa do PM, mesmo com ele solto, tentou junto à Justiça a revogação da prisão preventiva mas não obteve êxito. Eles alegam que Lucas teria jogado cerveja no rosto do policial.

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