Casos de PolíciaDenunciainvestigaçãomilícia

Preso em operação da milícia, PM que era do Bope extorquiu vítima em R$ 50 mil usando fuzil e ainda a ameaçou matá-la e sua família

Um dos presos durante operação hoje contra a milícia da Muzema e de Rio das Pedras, o PM Ronny Pessanha de Oliveira, conhecido como Caveira ou Neguinho do Bope procurou, na posse de um fuzil, uma vítima da quadrilha que fez uma transação comercial com um comparsa e exigiu o pagamento de R$ 50.000,00 e a entrega de quatro imóveis caso contrário, mataria ele  e seus familiares.

A testemunha comprovou a realização de duas transferências bancárias para a conta corrente pessoal de Ronny uma no valor de R$ 15.000,00 e outra no valor de R$ 9.000,00  

  A partir de consulta à rede social verificou-se que Ronny tem passagem pelo BOPE, bem como aparece em uma fotografia ao lado de um veículo da marca BMW, modelo X1, na cor preta, como informado em denúncias anônimas.

O PM supostamente estaria se valendo da amizade que possui com um dos milicianos, Taillon de Alcântara para organizar um evento sem a autorização das lideranças locais.

  O policial seria responsável pelo recolhimento das ´taxas´ cobradas de comerciantes e empresários locais e de valores oriundos da exploração imobiliária clandestina. Realizaria ameaças, inclusive mediante emprego de arma de fogo de grosso calibre.     

A investigação revela que os paramilitares cobravam taxas até mesmo para a realização de forrós na comunidade da Muzema.Há menção a pagamento de propina a agentes públicos, por ora não identificados na presente denúncia.

    Narra a inicial que os acusados seriam integrantes de organização criminosa armada sob a forma de milícia, em atuação nas comunidades de Rio das Pedras, Muzema e adjacências, por período que não se pode precisar, porém, desde janeiro de 2018, quando registradas conversas entre seus supostos integrantes, até a data de oferecimento da denúncia. 

A organização criminosa praticaria diversas atividades ilícitas, como transporte alternativo de vans e mototáxi, monopolização do fornecimento de serviços básicos como água, gás e TV a cabo, cobrança extorsiva de ´taxas de segurança´ a comerciantes e moradores, invasão e grilagem de terras, construção, exploração imobiliária clandestina, além da prática de atos violentos mediante emprego de arma de fogo, como agressões, ameaças e até homicídios  



  O denunciado Taillon de Alcântara Pereira Barvosa atuaria como braço-direito do pai, Dalmir Pereira Barbosa, representando a liderança da organização, exercendo função de comando sobre as atividades criminosas exploradas pelo bando, notadamente na comunidade da Muzema. Há série de ´disque-denúncias´ indicando que Taillon apresenta comportamento extremamente violento e exerce proeminente função de comando na organização criminosa.

Um dos milicianos de vulgo VP atuaria como uma espécie de solucionador de conflitos. Ele recebeu ligação de um subordinado identificado apenas como ´Caveirinha´, buscando orientação sobre como proceder com passageiros que se valeram do serviço de transporte alternativo explorado pela malta, porém se recusaram a pagar. Agia também como fiscalizador de indivíduos que não se comportam conforme determinado pelo grupo criminoso.

É acusado também de lavagem de dinheiro na qual se busca esclarecer determinada movimentação atípica na conta (TED no valor de R$ 41.000,00 e cheque no valor de R$ 50.000,00.

 Um arquiteto, identificado como Clayton Luiz Vieira, é suspeito de fazer parte do esquema. Ele integraria o núcleo imobiliário da organização criminosa. 

Na qualidade de arquiteto, é responsável pela elaboração de projetos executados pelos construtores parceiros da organização criminosa, mesmo tendo plena ciência da irregularidade das construções empreendidas na região de Rio das Pedras, Muzema e adjacências. 

Em diálogo travado em 11.07.2019, o denunciado conversou com um interlocutor não identificado, tratando valores e comissão que seriam devidos ao arquiteto. 

Em seguida, o interlocutor ponderou com Clayton que seria necessário colocar uma totalizadora na frente do prédio 112 , ao que o arquiteto respondeu que o edifício objeto da conversa, situado na Rua Araticum (área notoriamente dominada pela milícia local), é ´a moda Bangu, é sem licença´ e que ´eles conseguem tudo ali, cara!´, demonstrando ciência do esquema de construções irregulares na região.

Há informação também de que um miliciano adquiriu um prédio que se encontra ao lado dos que desabaram na Muzema, por R$ 1.000.000,00  para revenda das unidades, sendo que já teria lucrado R$ 1.600.000,00  e ainda teria R$ 3.000.000,00. para receber. 

Mostrar mais
Botão Voltar ao topo