Processo sigiloso revela que traficante preso ordenou assassinato de empresário em Cabo Frio por causa de venda de terrenos
Um processo que tramita em segredo de Justiça vai julgar um crime de homicídio ocorrido em 2020 na qual o chefe do tráfico na Favela do Lixo, em Cabo Frio, preso, ordenou a execução do empresário Clemir de Souza Brito.
Segundo as investigações, havia disputas envolvendo invasões de terreno contíguos à Favela do Lixo, os quais estariam sendo negociados pela vítima, mas que pertenceriam a outros traficantes.
A vítima foi seguida pelo automóvel Gol, pertencente a um dos indiciados que estava solto na época.
Clemir foi atacado de surpresa, enquanto permanecia sentado no interior do seu veículo estacionado em via pública, sem qualquer possibilidade de oferecer resistência.O chefe do tráfico na comunidade, conhecido como Bigode, mesmo encarcerado, mantinha seus comparsas ordenando-lhes diversas ações, dentre elas a liquidação física de seus desafetos e de quem se coloca contra seus interesses, quaisquer sejam eles.
Segundo os policiais, nada acontece na comunidade Manoel Corrêa, local de intenso tráfico de drogas e criminalidade exacerbada, sem que ele saiba ou ordene.
De acordo com relatos de policiais, Clemir tinha alguns lotes próximos a comunidade e que esses lotes seriam de alguns moradores e/ou traficantes; que se apurou uma certa preocupação de Clemir com a filha em relação a esse assunto e ela disse que já tinha ido à comunidade e tinha desenrolado com o “Coruja” e já estaria tudo resolvido; que tem notícias de que Bigode teria ordenado outros homicídios de dentro do presídio e inclusive, existe um vídeo dessa chamada de dentro da cadeia onde os executores estariam dando satisfação acerca do cumprimento da ordem que teria sido dada por Bigode.
Outro agente disse que Clemir teria um litígio com traficantes na discussão sobre a posse de terras que circundavam a Favela do Lixo; que tomou conhecimento de uns áudios em que a filha da vítima tentava resolver a situação, pedindo para o pai dela deixar isso de lado; que prestou alguns auxílios, que nas mensagens do telefone apreendido, da esposa do acusado Bruno, ficou explícito que o mandante deste crime seria Bigode, que era o chefe da Favela, pedindo que o acusado Bruno cumprisse essa missão até para que pudesse sair do tráfico.
