Quando solto, Celsinho da Vila Vintém tinha o prazer de desafiar o poder e o perigo e se vangloriava de conseguir escapar de ações repressores. Tinha segurança pessoal formada por policiais, fugas da prisão e foi acusado de delator na morte de Uê

Prazer de desafiar o poder, a inteligência e o perigo e segurança pessoal de policiais. Essas eram algumas das principais características de Celso Luís Rodrigues, o Celsinho da Vila Vintém.
Um policial que o prendeu em 1996 disse que a prisão foi histórica para a sua carreira. O secretário de Segurança da época pediu que todos se empenhassem para efetuar a prisão do acusado, iniciando-se um trabalho de inteligência.
Celsinho era na ocasião o maior traficante da Zona Oeste e estava foragido do Presídio Milton Dias Moreira.
O bandido sabia que o policial queria prendê-lo e se vangloriava de conseguir escapar das ações repressoras.
Foi pego armado com uma pistola, além de mais de R$ 1.000 e vários dólares norte-americanos, certa quantidade de jóias e tinha em seu pescoço um cordão com um tridente que era sua marca.Para efetuar essa prisão, a polícia descobriu que Celsinho pretendia ir a um show de uma cantora na quadra da escola de samba Mocidade Independente de Padre Miguel e montou operação para capturá-lo.
O primeiro processo que consta contra Celsinho no site do TJ-RJ é por um roubo majorado em 1986 que lhe rendeu uma condenação de seis anos de prisão.
Celsinho tem em seu histórico duas fugas do sistema penitenciário.
Informação da Justiça revela que chegou a ser oferecida pelo já falecido contraventor Fernando Iggnácio propina de R$ 150 mil para que um delegado incluísse Celsinho em um processo com o objetivo de solicitar a sua transferência para unidade penitenciária federal.
Celsinho foi acusado de ser delator no caso da morte do comparsa Ernaldo Pinto de Medeiros, o Uê, morto em rebelião comandada por Fernandinho Beira-Mar no presídio de segurança máxima Bangu 1, em 11 de setembro de 2002.
Ele, que foi interrogado como testemunha de defesa, disse que não viu Beira-Mar armado durante o ocorrido em 2002. “Ele estava segurando um rádio ou um celular”, declarou.
A testemunha, que diz não ser amigo de Beira-Mar, relatou, ainda, que dentro da prisão o acusado não era visto como um líder, mas que não saberia apontar quem ocupava a posição.