Casos de Políciainvestigaçãomilícia

Quando surgiu a Liga da Justiça, a maior milícia do RJ

Fundada por Jerominho e seu irmão Natalino, a milícia Liga da Justiça  constituiu-se em 2005 atuando nos bairros de Campo Grande, Guaratiba, Paciência, Cosmos e Santa Cruz, e em suas adjacências, na Zona Oeste do Município do Rio de Janeiro, para o fim de praticar diversos crimes, dentre os quais delitos de extorsão

A quadrilha, composta pelos denunciados e por outros indivíduos ainda não identificados, passou, desde então, a exigir de moradores e comerciantes dos citados bairros, o pagamento regular e de contribuições em dinheiro, a pretexto de protegê-los da ação de criminosos que atuam na região.

Para assegurar o efetivo recebimento dos valores cobrados, os denunciados, ordinariamente, constrangem suas vítimas, com emprego de violência ou grave ameaça, exercida com emprego de armas de fogo, agindo de igual modo em relação a motoristas e cooperativados do transporte alternativo de passageiros (Vans), dos quais também exigem contribuições em dinheiro (Diárias), para que lhes seja permitido trabalhar nos locais dominados pela quadrilha, o que fazem valendo-se dos mesmos meios de coerção, aqueles que não cumprem as determinações da quadrilha ou que noticiam suas atividades às autoridades públicas sofrem represálias, havendo nos autos do inquérito que instruem a presente peça acusatória notícias de desaparecimentos e de homicídios, consumados e tentados, de pessoas que ousaram desobedecer aos denunciados ou revelar seus crimes.

Com o propósito de demonstrar autoridade e poder, buscando legitimar-se junto à população das áreas onde atua, a quadrilha também age contra alguns delinqüentes, que são seqüestrados e jamais retornam à localidade.

A sociedade criminosa tinha como chefes, Natalino José Guimarães, então deputado estadual do Rio de janeiro e Jerominho´, na época vereador do Município do Rio de Janeiro.

Os dois são irmãos e, além de exercerem o comando conjunto da quadrilha, dirigindo as ações dos demais integrantes, também participam pessoalmente da execução de alguns dos delitos cometidos pelo bando.

A ação da quadrilha era quase sempre ostensiva e seus crimes são praticados às escâncaras, havendo notícia de que os quadrilheiros se identificam com a insígnia de ´Batman´, super herói das revistas em quadrinhos, afixando-a em veículos e nas vestes que utilizam para as práticas criminosas. O referido emblema é também usado para identificar estabelecimentos comerciais e residências que se acham sob a proteção do grupo.

A Liga da Justiça atuava como grupo de extermínio e também na questão da ocupação de terrenos, e um advogado, que entrou no Programa de Proteção de Testemunha, por iniciativa da OAB/RJ participou ativamente da ocupação de uma área, sendo que posteriormente integrantes da Liga da Justiça se interessaram em dominar tal área e tal advogado, se confrontando com tais interesses foi ameaçado de morte. Outras atividades eram no desvio de sinais de TV à cabo conhecidas como Gatonet e exploração da venda de gás,

A partir de fevereiro de 2005 alguns dos membros da citada quadrilha sob as ordens de Jerominho´ passaram a constranger um proprietário de dois veículos que faziam transporte alternativo de passageiros na linha Campo Grande-Rio da Prata, mediante ameaças de morte, a pagar à quadrilha a importância diária de R$ 44,00 (quarenta e quatro reais), o que foi feito, com relutância, pela vítima reiteradamente intimidado pelos mencionados denunciados, assim como seus motoristas. 

Os constrangimentos sofridos pela vítima perduraram até 19 de julho de 2005, quando o mesmo, cerca das 19 horas, no terminal rodoviário de Campo Grande, ao ver que o vulgo ´Fumão´, exigia do motorista de um de seus veículos, agressivamente, o pagamento da diária, o proprietário das vans solicitou auxílio policial, comparecendo ao local um policial militar,  Após noticiar à Polícia as extorsões que vinha sofrendo, a vítima e seus familiares passaram a receber ameaças de morte, o que o levou a, novamente, comunicar o fato à polícia, em 29 de julho de 2005,  Algum tempo depois, o proprietário foi morto a tiros por indivíduos que estavam em uma motocicleta, fato ocorrido no dia 04 de outubro de 2006, em um posto de gasolina situado na Estrada do Cabuçu, em (RO nº 035-10385/2006).

Na época do fato, havia em Campo Grande havia uma disputa entre os grupos liderados por Mazinho e Jerominho pelo controle das linhas de transporte alternativo.

Mostrar mais
Botão Voltar ao topo