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Quatro sequestradores foram condenados a penas de até 11 anos de prisão por crime em 2020 na Cidade de Deus (CV). Criminosos se passaram por policiais civis. Veja detalhes do caso

Quatro sequestradores foram condenados em março a penas de 10 e 11 anos de prisão por um crime cometido em fevereiro de 2020 na Cidade de Deus.No dia 21 de fevereiro de 2020, por volta de 11 horas, na Estrada Marechal Miguel Salazar, próximo ao número 1194, Cidade de Deus, nesta cidade, os denunciados, de forma livre e consciente, em comunhão de ações e desígnios, sequestraram I.J.S com o intuito de obter vantagem econômica como condição de resgate. A vítima caminhava pelo local onde fica localizada sua distribuidora de água e gás, quando teve a atenção voltada para os denunciados, os quais trajados com blusa preta e em poder de distintivos da Polícia, conversavam com sua filha I.A.S.S. Desconfiado, o ofendido tentou deixar o local, porém foi abordado pelos denunciados, que disseram ser policiais civis lotados na 32° Delegacia de Polícia. Ato contínuo, após apresentar um documento no qual constava o nome da vítima, um dos sequestradores em poder de uma arma de fogo, a algemou e a obrigou a embarcar na parte traseira do veículo VW Voyage, de cor preta, placa KXA-4344, vindo a tomar o assento ao lado direito desta ocasião em que um comparsa, também armado e ameaçando I.J.S, sentou-se do lado esquerdo deste. Os outros dois criminosos, ainda, oportunidade, embarcaram na parte dianteira do automóvel, tendo um deles assumido a condução deste. Durante o trajeto que era percorrido até o cativeiro, os transgressores encapuzaram a vítima e exigiram inicialmente, o pagamento de resgate no valor de R$50.000,00, porém acabaram aceitando diminuir o valor para R$ 25.000,00. Neste contexto, os denunciados efetuaram contato telefônico para a filha da vítima, cobrando o pagamento do resgate, tendo esta solicitado àqueles que lhe dessem mais tempo para que pudesse levantar a quantia exigida. Policiais civis foram informados acerca da ação desviante, a qual possuía modus operandi semelhante a um crime que era investigado pela Delegacia Antissequestro, praticado no dia 08 de fevereiro de 2020, em face de uma moradora da Cidade de Deus. Munidos de informações sobre os supostos envolvidos, os agentes localizaram a ERB – Estação de Rádio Base – que era utilizada por aqueles, logrando assim encontrar, no estacionamento do Parque Shopping, o automóvel utilizado na abordagem criminosa. Ante tal fato, os policiais permaneceram no local até a aproximação dos denunciados, ocasião em que, após reconhecê-los, iniciaram breve perseguição até a Travessa Araci, próximo ao número 09, Campo Grande, nesta cidade, onde realizaram a abordagem e encontraram a vítima algemada no imóvel ali existente, que era utilizado como cativeiro. Efetuada a revista, foram apreendidos, em poder dos denunciados, três distintivos falsos com a inscrição da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro. Averba-se que, em sede policial, os denunciados admitiram a prática da conduta criminosa em voga, tendo ainda afirmado que o indivíduo de vulgo ´Negão´, que fugira ao notar a presença policial, era o responsável pela guarda do cativeiro. OS DEPOIMENTOS DAS VÍTIMAS´ A vítima detalhou todo o obrar delituoso dos réus, disse: ´que no dia do fato a sua filha estava dentro do depósito, que era um depósito de gás, de propriedade dele, que ele estava na parte de fora armazenando as águas minerais, para que ele pudesse ter um estoque; que dentro dessa loja onde estava as águas ele viu uma movimentação estranha em frente a loja de depósito; que ele passou em frente ao depósito, como quem não queria nada e ficou olhando de longe o que acontecia; que tinha um rapaz moreno, com o distintivo da polícia, conversando com a filha dele; que ele tentou se aproximar mais um pouco para que pudesse ouvir melhor, quando o acusado que conversava com sua filha se virou o olhando e perguntando em seguida a filha dele se ele que era o seu pai; que os acusados o enquadraram com a arma de fogo, que outros dois saíram de um Voyage preto o dando voz de prisão e o levando em seguida; que o policial quando deu voz prisão a ele, ele se apresentou como policial civil; que os elementos o colocaram dentro do carro e o informaram que ele ia para Água Santa, que um tempo depois os acusados colocaram um saco preto dentro da cabeça dele e ele não pode ver mais nada, que ele apenas escutava os meliantes dizendo que iriam o matar; que os elementos deram a volta pela linha amarela, que eles não tinham dinheiro para pagar, que ele tinha uma quantia em dinheiro no bolsa referente ao pagamento das águas minerais, que ele puxou somente uma nota do bolsa dele e pagou o pedágio; que os acusados ficavam colocando terror nele; que ele sabia que os elementos queriam dinheiro, que ao pagar o pedágio da linha amarela, os acusados o perguntaram se ele era de ter conversa, e ele respondeu que podia colaborar; que os acusados só falaram a quantia que queriam quando o jogaram no cativeiro, que os elementos o pediram R$50.000,00 (cinquenta mil reais); que tinham 04 (quatro) acusados no momento da abordagem; que os meliantes entraram em contato com a filha dele, que eles fizeram contato com ela pelo telefone dele; que ele não sabe ao certo se sua filha estava negociando com os meliantes, que apenas sabe que os acusados disseram que queriam R$50.000,00 (cinquenta mil reais) e que ela teria algumas horas para conseguir esse dinheiro, se não ele iria morrer; que ele ficou umas 03:00 horas preso no cativeiro, que ele foi capturado na parte da manhã e ficou preso até anoitecer; que ele foi liberado com a chegada de dois policiais à paisana, em um carro vermelho, que ele estava no cativeiro, quando escutou o barulho do motor do carro, que em seguida ele ouviu os policiais dizerem: ´Polícia, polícia´; que a polícia enquadrou os acusados, os fazendo deitar no chão, que os um dos acusados tentou levantar para poder se explicar, que de dentro do cativeiro enquanto ele olhava por um buraco na parede ele gritou que os elementos eram perigosos, que em seguida ele saiu com as mãos algemadas para cima; que tinha um quinto acusado que teria fugido quando a polícia chegou, que ao chegar no cativeiro, já havia um elemento de cor escura o esperando, que era ele que fazia a segurança do cativeiro; que esse quinto acusado não estava armado, que os únicos armados eram os acusados que fizeram a abordagem; que ele reconheceu os meliantes como autores do sequestro; que os elementos entraram junto a ele no cativeiro, que um deles roubou o dinheiro que ele tinha no bolso; que ele viu a fisionomia de todos que foram presos; que roubaram o dinheiro que ele tinha dentro do bolso, tinha em torno de mil e pouco, que esse dinheiro era para o pagamento da água mineral; que ele sofreu agressão física, que eles deram socos nele; que ele também sofreu agressão psicológica; que não precisou de atendimento médico; que não conhecia os acusados; que ele não sofreu ameaça durante o andamento do processo, que ele apenas estava com medo de vir depor; que ele foi levado para o cativeiro em um Voyage preto; que durante a abordagem, o acusado que falou com ele primeiro, se apresentou como delegado; que foi apreendido o distintivo e a algema que estava com ele; que a família dele não chegou a pagar o resgate; que ao chegar no cativeiro ele ficou durante uns minutos encapuzado, mas depois os meliantes tiraram o capuz; que ele ficou em um cômodo da casa; que um dos acusados teria levado um chute dos policiais ao tentar se explicar, que ele não sabe o nome do acusado, mas se lembra da fisionomia dele; que os elementos o encapuzaram 10 minutos depois de terem o capturado; que os acusados só conseguiram contato com sua filha quando chegaram no cativeiro; que ao passar pelo pedágio os acusados tiraram o capuz dele; que na praça do pedágio não tinha retenção, que estava livre; que ele não leu o depoimento na delegacia, porque estava muito nervoso; que os acusados conseguiram falar com a sua filha quando chegavam próximo ao cativeiro, mas que eles não fizeram o acordo nesse momento, que ele conseguiram falar com a filha dele novamente quando já estavam no cativeiro; que quando os elementos foram presos, ele reconheceu seguramente eles como sendo os autores do sequestro.´ A filha da vítima, estava no depósito do pai dela, quando os policiais chegaram procurando pelo Ivanildo, que ao se aproximar o acusado estava com um papel na mão e um distintivo no pescoço; que o pai dela não estava no depósito, que ele estava perto; que eles informaram que estavam com um mandado para prender o pai dela; que eles disseram que iriam levar o pai dela para 32 DP, no entanto eles foram na direção errada a delegacia; que os elementos pegaram uma arma enquanto enquadravam o pai dela; que depois que os acusados levaram o pai dela, ela saiu correndo para avisar sua mãe; que um pouco mais tarde eles entraram em contato pelo telefone fixo do depósito, que ao entrarem em contato com ela os elementos informaram que era um sequestro, que eles pediram um resgate de R$50.000,00 (cinquenta mil reais), que eles ficavam ligando a todo momento; que a vítima não se lembra quanto tempo depois da abordagem os meliantes fizeram contato para negociar o resgate; que a família dela não tinha o dinheiro do resgate, então os acusados concordaram em abaixar para R$25.000,00 ( vinte e cinco mil reais); que os elementos ligavam fazendo ameaças ao pai dela, que eles fizeram uma ligação de vídeo mostrando o pai dela, enquanto tinha uma arma apontada para sua cabeça, que batiam no pai dela com a arma; que ela não conhecia os meliantes; que o pai dela foi libertado quando a polícia chegou; que ela não sabe informar como a polícia chegou até o cativeiro; que ela reconheceu os acusados na delegacia; que ela viu com mais precisão os três acusados que estavam do lado de fora, que o quarto acusado que estava no carro, ela só viu de longe; que a única característica marcante que ela se lembra é que os elementos estavam de blusa preta; que um dos acusados mostrou a arma, enquanto o outro só segurava na cintura; que na chamada de vídeo só aparecia o pai dela; que o pai dela foi liberado no mesmo dia durante a noite, que a abordagem foi na parte da manhã, perto de 11h00; que tinha um quinto elemento que participou do crime, mas fugiu; que os meliantes ligaram em chamada de vídeo para o celular dela, mas ela não sabe como eles conseguiram seu número; que a família dela não chegou a pagar o resgate; que foi uma pessoa do depósito que fez contato com a polícia contando do ocorrido; que ela reconheceu os acusados por foto, e no dia da prisão os reconheceu quando eles estavam passando; que a vítima viu três elementos quando foram falar com ela e o quarto elemento ela viu de relance; que o reconhecimento na delegacia foi por foto, mas que no dia da prisão ela também viu os acusados enquanto eles passavam; que ela acha que o pai dela fez o reconhecimento por espelho, que ele teria ido ver os meliantes; que ela estava sozinha no depósito quando os acusados a abordaram, que o pai dela estava do lado de fora; que quando o pai dela foi levado, ela correu até a casa dela para avisar sua mãe, que a casa da família é próxima ao depósito; que ao avisar para sua mãe, elas voltaram para o depósito, que minutos depois toda a família chegou e do depósito eles ligaram para a polícia.´ |