RJ teve 51 mil registros de desaparecimentos em 10 anos. Desde 2019, Disque Denúncia conseguiu achar 327 pessoas. Este ano, dos 202 casos relatados, 90 foram encontradas com vida e dez sem

O estado do Rio teve mais de 51 mil registros de pessoas desaparecidas nos últimos 10 anos, segundo dados do Instituto de Segurança Pública do Rio de Janeiro (ISP). Em média, o Rio registra 5.181 casos por ano ou 431 a cada mês. Os números são alarmantes, mas podem ser ainda maiores devido à falta de registros de casos.
O Programa Desaparecidos, do Disque Denúncia, foi criado em 2016 e atua em parceria com o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, por meio do Programa de Localização e Identificação de Desaparecidos (PLID) e do Sistema Nacional de Localização e Identificação de Desaparecidos (SINALID), com o objetivo de ajudar familiares que estão em busca de um ente desaparecido. Desde 2019, quando foi criado um gerenciamento específico para o programa, 327 pessoas foram encontradas.
Entre janeiro e novembro deste ano, o programa Desaparecidos confeccionou 202 cartazes de pessoas que desapareceram. Deste montante, 90 pessoas foram encontradas com vida e 10 localizadas sem vida.
Os demais cartazes continuam nas redes sociais para ajudar a polícia com pistas que possam levar ao paradeiro de cada pessoa que permanece desaparecida.
Em todo o estado do Rio de Janeiro, apenas uma delegacia da Polícia Civil é voltada exclusivamente ao atendimento de famílias de desaparecidos – a Delegacia de Descoberta de Paradeiros (DDPA), que foi criada em 2014 e fica localizada na Cidade da Polícia, na Zona Norte da Capital.
Além desta unidade especializada – onde os policiais recebem um treinamento para receber e orientar às famílias – os registros de desaparecimento também podem ser feitos em delegacias distritais ou em unidades que investigam homicídios.