Saiba mais sobre a pouco falada CRBC, facção pequena rival do PCC em São Paulo


Pouco se fala dela, mas existe uma facção criminosa nos presídios de São Paulo que rivaliza com o Primeiro Comando da Capital (PCC) embora seja bem pequena: é o CRBC (Comando Revolucionário Brasileiro da Criminalidade).Ano passado, 18 integrantes do grupo foram condenados.
O CRBC foi fundado no dia 25/12/2000 na Penitenciária “José Parada Neto por presos descontentes com o “PCC”.
A facção tem estatuto, regras próprias que regem ss relações dos membros.
Os integrantes se utilizavam de telefones para contatos entre os membros presos e os que estavam em liberdade e se valiam também de presos de diferentes unidades ou pavilhões.
Utilizavam também mensagens de texto, códigos e expressões para dificultar o conteúdo da conversa.
As principais fontes de renda da organização eram o tráfico de drogas, de armas de fogo e o comércio de aparelhos celulares, carregadores, “chips” e “tablets” nas unidades prisionais, o recolhimento da “mensalidade” pelos membros e o “golpe da tia”, realizado via celular pelos internos.
Em uma investigação sobre o CRBC, foi descoberto que o ingresso de drogas, armas, celulares, chips, carregadores e “tablets” era viabilizado por funcionários corrompidos em troca de propinas e por visitantes de presos que ingressavam nas unidades com drogas e objetos na região genital e anal.
Os membros regularmente pagava propina para viabilizar o ingresso dos objetos e para isto realizava encontros em almoços. Os integrantes presos também negociavam o ingresso dos objetos com os funcionários.
Para o tráfico de drogas, os componentes negociavam com fornecedores a compra de entorpecentes, muitas vezes em grande quantidade. Eles chegaram a comprar com um traficante do Mato Grosso a compra de 10 kg de pasta base de cocaína por R$ 40.000,00.
A facção controlava o uso de celulares pelos presos par que aplicassem o “golpe da tia” e movimentação das contas bancárias e ainda possibilitava o uso recreativo dos aparelhos para conversas com amásias e parentes.
Os celulares, denominados “naves” eram negociados por aproximadamente dez mil reais no interior do presídio. No “golpe da tia”, o preso por meio de celular liga para a vítima e se passa por parente, que ludibriado com a estória, cujo desfecho é uma situação de risco ou necessidade premente paga a quantia determinada em dinheiro ou créditos para celular.
O dia dos presos é tomado para aplicação do “golpe da tia”. 30% do valor ficava com o preso que aplicou o golpe; 35% com o dono da conta bancária utilizada para lavar o dinheiro e 35% com o dono do celular.
Na aplicação do golpe chegaram s ser cometidos latrocínios por membros da facção, um dos quais sofrido pela idosa Cenira Valentini (86 anos), morta no dia 12.09.09.
A organização era armada, pois seus membros possuíam armas de fogo e diversas armas brancas. Inclusive no dia uma vez em cumprimento da mandado de busca e apreensão, prisão temporária e revista na Penitenciária “José Parada Neto foram encontradas 103 facas em poder dos presos.
Chefes do bando adquiriram imóveis e veículos com o dinheiro dos crimes, a maior parte em nome dos familiares.