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Saiba quem eram os chefões do CV que pagavam propinas para PMs do Bope

No último dia 23 de abril, o Boletim Interno da PMERJ trouxe detalhes inéditos da investigação que culminou com a expulsão de cinco PMs, a maioria do Bope, acusados de receber propinas de traficantes do Comando Vermelho (CV), esquema que ocorreu em 2015.


Entre esses detalhes, o documento informa os nomes dos chefões do tráfico que eram responsáveis pelo pagamento das vantagens indevidas: Anderson Sant ́Anna da Silva, vulgo “Gão”, da Comunidade Faz quem Quer, em Rocha Miranda; Sergio Luiz da Silva Junior, vulgo “Da Rússia” das Comunidades da Covanca, Jordão e Barão, em Jacarepaguá; Jaime de Souza Pires, vulgo “Tirson”, da Comunidade de Antares, em Santa Cruz; Charles Jeckson Neres Batista, vulgo Charlinho” das Comunidades de Vila Ideal e Lixão, em Duque de Caxias; Paulo Cesar Souza dos Santos, vulgo “Paulo Muleta” ou “PL” do Complexo do Lins, no Méier; e o vulgo “Vênus”, do Complexo do Chapadão, em Costa Barros. Destes, Charlinho, Tirson e Da Rússia já estão mortos.


As vantagens indevidas consistiam em pagamentos semanais de valores que variavam entre R$ 2.000,00 e R$ 10.000,00 

O esquema criminoso ajustado entre os denunciados e os traficantes de drogas, destinava-se a monitorar todas as operações policiais realizadas pelo BOPE, 24 horas por dia, durante todos os dias da semana.

O projeto criminoso era operacionalizado com o envio e recebimento de mensagens por meio eletrônico, onde eram criados grupos fechados e formados pelos denunciados e também, pelos traficantes.


Os acusados repassavam com antecedência informações sobre operações policiais do Bope, que ocorreriam ou não nas comunidades do CV, o que permitia que os traficantes não só fugissem, mas também escondessem armas e drogas por eles comercializadas.


O líder do grupo de policiais, conhecido como Corinthians, foi até a Favela de Antares buscar o dinheiro, segundo dados de inteligência; 

Chegaram a ser apreendidas as quantias de R$ 10.000.00, R$ 1.600,00 e R$ 66.900,00 nas casas de três policiais. 
Um traficante de vulgo Macarrão foi preso e na ocasião foi visto na tela do seu telefone celular uma mensagem de um dos PMs suspeitos. Esse bandido disse que sua família foi ameaçada de morte pelo grupo de agentes e o ‘caveirão’ esteve na porta da sua casa, que foi destruída. 


Considerando que os pagamentos eram semanais, pode ser afirmado que cada semana de vazamento caracteriza uma corrupção. Temos assim os dias 16/08 e 18/08, a primeira; dias 17/09, a segunda; dias 21/09, 22/09, 23/09, 25/09 e 26/09, a terceira; dias 27/09, 28/09, 29/09, 30/09 e 01/10, a quarta; dias 20/10, a quinta;
dias 27/10, 28/10 e 29/10, a sexta; dias 02/11 e 04/11, a sétima; dia 09/11, a oitava; dia 22/11, a nona, dia 01/12, a decima.

O bandido Léo do Aço, que foi  morto recentemente, pagava, aos policiais do Bope, propina de valores expressivos. Ele disse que obrigava os policiais a darem “bom dia e boa noite” aos “associados” e pedirem desculpas quandodeixavam de avisar previamente sobre as operações nas comunidades. Foi captada uma mensagem de um PM pedindo desculpas por não ter comunicado a tempo de uma ação que participou. 

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