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Secretário de Administração Penitenciária foi flagrado fazendo acordos informais com integrantes do CV, entre eles Marcinho VP

Preso hoje pela Polícia Federal, o secretário de Administração Penitenciária do Rio de Janeiro, Raphael Montenegro,realizou diligências para viabilizar o retorno, ao Estado, de integrantes da facção que estavam presos na penitenciária federal de Catanduvas (PR), a fim de beneficiar a atuação da organização no Estado. Entre os detentos estava Márcio dos Santos Nepomuceno, o Marcinho VP, líder máximo do Comando Vermelho (CV)

Em maio, o secretário solicitou à penitenciária paranaense entrevistas com presos integrantes da facção sob a justificativa de colher informações para relatório técnico sobre a possibilidade de retorno deles ao Rio, fato apontando como incomum pela corregedoria da penitenciária. 

Mas escutas das reuniões do secretário com os presos, realizadas com autorização judicial, identificaram uma série de acordos informais, sem embasamento legal, por meio dos quais o secretário e demais servidores investigados prometiam esforços para viabilizar o retorno deles ao Rio para retomar a liderança da organização criminosa. As promessas eram feitas em troca de influência sobre os locais de domínio destes traficantes e outras vantagens ilícitas.

Além das entrevistas, outras iniciativas para viabilizar os acordos espúrios com os criminosos foram realizadas. Entre elas, uma ordem se serviço criando uma nova atribuição para a secretaria de aferir a periculosidade de criminosos, classificação que possibilitaria a transferência de presos. 

Em outra situação, contrariando a manifestação de órgãos de segurança púbica e do Ministério Público do Rio de Janeiro, Raphael Montenegro interveio no processo de execução da pena de um condenado e opinou de forma favorável a sua transferência ao Rio, ocultando informações importantes ao órgão julgador do caso.

Há suspeitas de que as tentativas de acordo identificadas na penitenciária de Catanduvas sejam continuidade de um esquema que já existe no Sistema Prisional do Rio de Janeiro, notadamente em relação a outros membros do Comando Vermelho.

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