Traficante internacional de armas solto com alvará falso ensinou para a quadrilha técnica de esconder fuzis em aquecedores de piscina

Solto em novembro de 2020 beneficiado por um alvará falso, o traficante de armas João Filipe Cordeiro Barbieri era braço direito do chefão da quadrilha, o padrasto Frederik Barbieri, que está preso nos Estados Unidos.
Foi Filipe quem ensinou a Frederik e a demais membros da organização criminosa a técnica de corte dos aquecedores de piscinas que teriam permitido a internação clandestina de fuzis em território brasileiro.
A organização criminosa voltada ao tráfico internacional e comércio ilegal de armas de fogo, munições e acessórios atuou principalmente entre os anos de 2014 e 2017.
Em 01.06.2017, houve apreensão, no Terminal de Cargas do Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro, de 60 fuzis, 60 carregadores e 140 munições, escondidos em carcaças de aquecedores de piscinas.
A estimativa é que durante três anos os denunciados internalizaram, em território brasileiro, cerca de 297.000 de munições e cerca de 1.043 fuzis com carregadores. As armas eram adquiridas por valores entre US$ 2.500,00 a US$ 3.500,00 e vendidas por valores entre R$ 37.500 e R$ 53 mil. Um fuzil AR-15, por exemplo, foi cobrado o preço de R$ 45 mil, segundo uma escuta telefônica.
Eles adquiriam armamento em Miami, remetiam-no ao Brasil escondido em aquecedores de piscina e bombas d’água e o distribuíam a integrantes de facções criminosas que atuam no Rio de Janeiro.
A quadrilha teria feito ao menos 75 remessas de exportação dos EUA para o Brasil em nomes de empresas que seriam de fachada.
No ano passado, a defesa de João Filipe tentou obter prisão domiciliar alegando que o paciente tinha obesidade mórbida e problemas respiratórios e que isso seriam fatores de risco para Covid-19 mas a Justiça não aceitou.