Traficantes no Alemão (CV) agem como narcomilícia. Pezão continua sendo o chefe mas outras figuras se destacam (saiba quais). Bandidos proíbem táxis e Uber, ocupam imóveis e desmatam

Relatório preparado pelo Disque Denúncia revela que os traficantes do Complexo do Alemão estão agindo como uma narcomilícia.
Eles cobram taxas de segurança aos comerciantes, coordenam a venda de gás, central clandestina de tv a cabo e internet e proíbem algumas operadoras de prestarem serviços nas comunidades.
O conjunto de favelas, controlado pela facção criminosa Comando Vermelho (CV), continua sob a liderança do traficante Luciano Martiniano da Silva, o Pezão.
Ele assumiu o controle da favela após receber ordens diretas de Márcio dos Santos Nepomuceno, o Marcinho VP e Fernandinho Beira-Mar para matar o antigo chefe, o traficante Antônio de Souza Ferreira o (Tota) em 2008.
Após a ocupação do Complexo do Alemão por forças pacificadoras, Pezão teria ido se refugiar em vários locais sob o domínio de sua facção e quase não fica na comunidade.
Pezão chegou a ser preso em 2005, quando chefiava a venda de drogas na favela da Grota, comunidade que faz parte do Complexo do Alemão, mas foi solto pela justiça em 2008.
Após a ocupação do Complexo do Alemão, por forças pacificadoras, ele teria ido se refugiar em vários locais sob o domínio de sua facção.
Com Pezão fora da favela, no dia-dia do crime, algumas figuras despontam como Sebastião Teixeira dos Santos, o Juninho 51. Ele tem como área de atuação o Parque Proletário.
Pedro Paulo Guedes, o Pedro Bala ou Urso, lidera uma quadrilha denominada a Tropa do Urso, acostumado a liderar invasões a comunidades de facções rivais.
Alexandre Gonçalves dos Santos, o Pardal, chefia os pontos de drogas na localidade conhecida como Nova Brasília.
Gláucio Cardoso dos Santos, o Glaucinho do Engenho e Fabio Brum Camargo, o Carão, são outros que se destacam atualmente na quadrilha.
Os traficantes do Alemão são vistos circulando nas comunidades munidos de fuzis e pistolas a qualquer hora do dia. Eles mandaram colocar barricadas fixas com trilhos de trem, impedindo a passagem de veículos em diversos logradouros do Complexo.
Os motoristas que adentram a rua, tem que estar com o pisca alerta dos veículos ligados. De acordo com as denúncias, os traficantes não estariam deixando taxistas e motoristas de aplicativo Uber entrarem em alguns pontos das comunidades para buscar passageiros.
A comunidade da Fazendinha é uma área bastante denunciada. Em alguns logradouros como Rua Flexal, Valinhos, Pará de Minas e Vila Block, nas imediações do bairro Engenho da Rainha, os traficantes estariam ameaçando os moradores para que eles abandonem suas casas para que os mesmos possam se apropriar dos imóveis.
Nas imediações da Serra da Misericórdia, fica localizado o condomínio denominado Parque Alice, que segundo informações, traficantes estariam desmatando uma área de preservação ambiental e loteando terrenos para a venda.
Segundo relatos, já há construções no local entre a rua Valinhos e a rua Pará de Minas.
Nos últimos seis meses, a Central Disque Denúncia já registrou mais de 150 denúncias sobre traficantes de drogas que atuam no Complexo do Alemão. O Complexo é considerado um dos maiores conjuntos de favelas do Rio de Janeiro.
Suas principais comunidades são: Morro do Alemão, Morro da Baiana, Favela Nova Brasília, Favela Fazendinha, Favela Pedra do Sapo, Favela da Grota e Morro do Adeus. Devido a sua enorme extensão, os limites da área das comunidades do Complexo se misturam com os bairros de Inhaúma, Penha, Olaria, Ramos, Higienópolis, Engenho da Rainha e Bonsucesso.