Treze PMs podem ser expulsos por suspeita de terem recebido propinas do tráfico em Niterói

Pelo menos treze PMs serão levados a Conselho de Disciplina por parte da corporação (que pode levar a expulsão) suspeitos de receberem propinas de traficantes em Niterói.
Os supostos crimes foram cometidos em 2016 mas a decisão de levá-los a Conselho só foi publicada no Boletim Interno da corporação do último dia 16 de junho. A acusação foi considerada transgressão disciplinar de natureza grave.
De acordo com as investigações, os policiais arrecadavam um montante de aproximadamente R$ 30.000,00 semanais.
Nesse passo, com o intuito de não ser identificados, cada guarnição possuía um codinome: “Gat Fla/Flu, “Caracol do Alto”, “Caracol do Baixo”, “Largo”, “Estado”, “Ajax”, “Luvinha”, “Bruxo”, “Chapa”, “Cyborg” e “Cara de Cachorro”, sendo o responsável por repassar a quantia do “arrego” para tais equipes seria um suspeito conhecido como Alvinho.
Alvinho, no dia 06 de Janeiro de 2016, ao ser abordado por policiais civis, nas imediações da favela do Sabão, foi constatado em seu aparelho celular, mais precisamente em sua agenda telefônica, a existência dos seguintes nomes armazenados: “Fe no Largo”, “Amigo Caracol”, “Amigo Est”, “Ca Alto”, “Gt do Souza”, “Marcelo 12”, “Marcelo Alto”, “Sd Combos”, “Sd Roney GAT”, “Caracol NV”, “Farias”, “Amigo Bruno”, “Azeredo”, “Bracinho 12”, “Diego da Costa” e “Muniz”.
Em depoimento, Alvinho declarou que recolhia a quantia de R$ 800,00 (oitocentos reais) semanais para um policial militar lotado no DPO do Morro do Estado. Informou, também, que recolhia o valor de R$ 700,00 reais semanais para um policial do DPO do Caramujo, e que o número deste policial estava salvo na sua agenda de celular como “Ca Alto”, oe que o número dos outros policiais em sua agenda seria para “passar” informações a respeito de traficantes nas redondezas.
Os PMs indiciados afirmaram que não sabiam do envolvimento de “Alvinho” com o tráfico da região e que ele apenas passava informações a respeito de traficantes da localidade.
Os PMs suspeitos tiveram revogados seus portes de armas além de acauteladas suas cédulas de identidade da corporação.
Outros dois nomes são citados, mas se tratam já de ex-policiais, que foram excluídos.