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Veja como o CV tentou ‘comprar’ UPP para ajudar a tomar favela no Leme que está com o TCP. Traficante foi monitorado e acabou condenado. Chegou a oferecer propina de R$ 50 mil

Há cinco anos, traficantes do Comando Vermelho ofereceram vultuosas propinas ao comando da UPP que atuava nas comunidades do Chapéu Mangueira e Babilônia, no Leme, para ajudar a facção a tomar o controle da segunda favela citada, que era dominada pelo Terceiro Comando Puro (TCP).

Assim é que no dia 10 de fevereiro de 2017, os criminosos, através de mototaxista não identificado, forneceram um aparelho de telefone celular munido de chip aos policiais da 1ª UPP do 19º BPM, tendo um deles, no dia 14 de fevereiro do corrente, estabelecido contato pelo telefone com o comandante da unidade.

Na ocasião,  se identificou como o líder do tráfico de entorpecentes na comunidade da Babilônia e afirmou que desejava estabelecer um acordo com a unidade militar, a fim de reduzir a repressão ao tráfico de drogas na localidade, informando, desde logo, seu interesse em expandir sua atuação criminosa para a comunidade vizinha, o Chapéu Mangueira, 

Consta que o primeiro encontro entre os denunciados e o Comandante da UPP ocorreu no dia 09 de março de 2017, cerca das 14h50min, no algo do Morro da Babilônia, na localidade conhecida como Caixa D¿Água, ocasião em que o traficante ofereceu ao comandante, inicialmente, o pagamento mensal da quantia de R$ 1.000,00 para que este deixasse de reprimir o tráfico ilícito de drogas no local, quantia esta que foi trazida àquele local, em espécie, pelo segundo denunciado e entregue ao policial, tendo sido o dinheiro apreendido em sede policial  e depositado judicialmente. 

O bandido falou na época ao comandante que tal importância seria majorada para R$ 10.000,00 semanais, assim que seu grupo criminoso, assumisse o controle do tráfico de entorpecentes no Chapéu Mangueira, e que entregaria ainda ao policial a quantia de R$ 50.000,00 além de R$ 1.000,00  por cada traficante da facção rival preso ou morto pelos policiais da UPP.

 Já o segundo encontro ocorreu no dia 03 de abril de 2017, por volta das 15h30min, em um quiosque localizado no Posto 2 da orla de Copacabana, quando o primeiro denunciado entregou ao comandante da UPP a importância de R$ 3.000,00 e reforçou o seu intuito de dominar a Comunidade do Chapéu Mangueira, dinheiro este também apreendido em sede policial  e depositado judicialmente.

 Toda ação delitiva dos denunciados foi monitorada por meio de interceptações nos ramais utilizados pelos denunciados e no ramal fornecido pelos meliantes aos policiais, 

Ficou evidenciado nas investigações que o bandido que tentou corromper o comandante era o líder da organização criminosa responsável por realizar a exploração do tráfico na Comunidade do Morro da Babilônia.Outro bandido, por sua vez, era um dos gerentes do bando em atuação na Comunidade da Babilônia, gozando de alta hierarquia nos quadros da organização criminosa, além de ter participado ativamente da invasão da comunidade do Chapéu Mangueira. 

Durante o período de monitoramento das conversas telefônicas, foram apreendidas em operações efetuadas no local investigado, por diversas vezes, armas e drogas pertencentes à quadrilha sendo certo que todas essas ações foram questionadas ao Comandante da UPP pelo traficante. 

O bandido que tentou corromper o comandante foi condenado a cinco anos de prisão.

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