Copom sobe Selic aos 2,75% ao ano, primeira alta em 6 anos, e promete mais

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) subiu nesta quarta-feira (17) a meta para os juros básicos (Selic) em 0,75 ponto, aos 2,75% ao ano. O patamar anterior era a mínima histórica alcançada pela taxa de referência no Brasil, habitada desde agosto do ano passado.
A decisão foi unânime. E esta alta não deve ser a última. Em comunicado, o BC avisou que, exceto por “uma mudança significativa nas projeções de inflação ou no balanço de riscos, o Comitê antevê a continuação do processo de normalização parcial do estímulo monetário com outro ajuste da mesma magnitude”.
A última vez em que a Selic havia sido erguida foi em 2015, quase seis anos atrás, aos 14,25% ao ano. Passou a cair a partir de 2016, com alguns intervalos de pausa, até os 2% ao ano agora abandonados.
Uma minoria entre analistas acreditava que, mesmo com a atividade econômica em contração, seria preciso um “choque de juros” para esfriar os preços, com uma alta na Selic de 0,75 ou mesmo um ponto. E o choque chegou.
A decisão tomada pelo BC ficou desalinhada, dessa forma, da maior parte das apostas aferidas pelo Valor Data, que mirava num ajuste de meio ponto para cima. Em linhas gerais, seria um meio do caminho entre uma economia fragilizada por inevitáveis restrições de mobilidade para salvar vidas, e carente ainda de uma taxa estimativa, e uma inflação outrora vista com “temporária”, mas que não vai embora.
Fonte: Cenario MT